Acessibilidade

Projeto Mães da Favela quer conectar à internet 2 milhões de pessoas

Iniciativa nasceu a partir do relato de mães que, além das dificuldades corriqueiras, veem seus filhos sem a opção de se adequarem ao ensino remoto imposto pelo isolamento social

Agência Brasil
postado em 25/09/2020 08:49
 (crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)
(crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Depois de ser lançado ontem (24/9) na Favela de Heliópolis, em São Paulo, o projeto Mães da Favela ON será inaugurado hoje (25/9) na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, numa ação conjunta da Central Única das Favelas (Cufa), Comunidade Door e Alô Social.

Segundo os organizadores, o programa é o maior projeto de conectividade em favelas já feito no Brasil e pretende levar internet gratuita para dois milhões de pessoas até julho de 2021. 

Trata-se de uma continuidade da iniciativa Mães da Favela, lançada em abril, após o início da pandemia de covid-19 no país. No Mães de Favela, é feita a distribuição de cestas básicas, físicas e digitais, nas mais de cinco mil favelas brasileiras onde a Cufa tem atuação. A seleção das mães é feita pelas lideranças regionais da instituição, de acordo com a priorização por necessidade.

Depois do Rio, o programa se expandirá por todo o Brasil. Segundo a organização, para que a plataforma seja aproveitada como uma ferramenta de retomada econômica e educacional, o projeto terá como foco o acesso aos conteúdos voltados à educação e ao empreendedorismo. 

A ação vai disponibilizar conexão aberta à internet em diversos pontos de 150 complexos de favelas nos 26 estados e no Distrito Federal, além da distribuição de chips da empresa Alô Social, em parceria com a TIM, para as 500 mil mães previamente cadastradas.

Dificuldades corriqueiras 

De acordo com o fundador da Cufa, Celso Athayde, a iniciativa nasceu a partir do relato de mães atendidas que, além das dificuldades corriqueiras e as impostas pela crise da covid-19, veem seus filhos sem a opção de se adequarem ao ensino remoto imposto pelo isolamento social por não terem os equipamentos necessários ou internet disponível para as aulas.

"É claro que eu penso muito na educação das crianças, mas quem conhece esta realidade de perto sabe que, muitas vezes, enquanto a mãe do asfalto está preocupada com o reinício das aulas, as mães da favela estão tentando salvar a vida dos filhos naquele dia. Manter as famílias conectadas é uma necessidade de sobrevivência", disse Athayde, em nota.

A instalação dos pontos de wifi livre ficará a cargo da Comunidade Door. A coordenação da curadoria e chancela do projeto fica por conta da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que apoia o Mães da Favela desde a sua criação com patrocínio do Instituto Unibanco.

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