Manifestação

"Bolsonaro sai, Amazônia fica", grito de protestantes ecoou na frente do Congresso

Ação global gerou protestos a favor do meio ambiente. Em brasília, manifestantes pediram, também, queda do governo Bolsonaro

Natália Bosco*
postado em 25/09/2020 20:54 / atualizado em 25/09/2020 20:55

Manifestantes da Marcha Mundial do Clima tomaram espaço na capital. O protesto aconteceu na tarde desta sexta-feira (25/9), às 17:30 e teve início na Praça dos Três Poderes e terminou com faixas de protesto e gritos de “Fora Bolsonaro” na frente do Congresso Nacional. O ato fez parte de uma ação que abraça 110 países com o intuito de fomentar o debate socioambiental. No Distrito Federal (DF) a ação iniciou em defesa do meio ambiente e as queimadas nos diferentes biomas foram abordadas.

O professor Roberto Ferdinand, um dos responsáveis pela coordenação nacional e internacional da Marcha Mundial do Clima, explicou que a organização se mobiliza desde 2005 por todo o mundo. “A ONU deu até 2020, esse ano ainda, para cortar 80% dos gases de efeito estufa e até 2050, 100%. Para que a gente segure a temperatura do planeta em 1,5°C. Como está hoje? Nós estamos aumentando as emissões de gases, então, nós estamos caminhando para subir 3, 4 , 5, 6°C na temperatura média. Isso implica em um número concreto, talvez a morte de 3, 4 bilhões de pessoas. Uma tragédia na civilização”, disse o professor.
Roberto também lembrou do ato político da manifestação e disse que, para melhorar a situação ambiental no nacional é necessário um governo que de fato se importe com o meio ambiente. “Para piorar o quadro, no que diz respeito a Brasil, este governo é criminoso. Ele (o governo) não tem compromisso com a vida, com o meio ambiente, com nada. Então, o Pantanal está pegando fogo, a Amazônia está pegando fogo, o Cerrado está sendo destruído por causa de um mínimo de omissão do governo. É fora com o Bolsonaro, fora com o Mourão que é um palhaço, um enganador, um teatro com o Conselho da Amazônia, que está ali para impedir a defesa do meio ambiente. Vale lembrar que a CMBio, o Ibama foram embarcar no avião para ir proteger o meio ambiente, na terra Mundo Urucum dos índios e veio ordem do Ministério da Defesa: ‘Não embarca em avião das forças armadas, não leva o pessoal lá’”, Roberto disse que, por cuidado jurídico, não acusa culpados sem provas, mas segundo o ativista “os indícios são muito fortes de ser um governo totalmente criminoso”.

Na mesma linha política o estudante universitário Ian Coelho aproveitou a oportunidade para citar um trecho da Constituição Brasileira. “Eu quero citar um pedacinho da constituição. Capítulo VI do Meio Ambiente, Artigo 225: ‘ Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações’. A gente está aqui não para poder fazer nada além do que a nossa constituição manda, que é a nossa Carta Magna, que nosso presidente desrespeita e rasga todos os dias”, disse o estudante universitário Ian Coelho. O ativista também contou sua participação no protesto se dava em prol da defesa do meio ambiente e pela responsabilidade que todos devem ter com o futuro. “A crise climática já não é e, 2050, ela é agora com todas essas queimadas causadas pelo agronegócio, intensificadas pela seca”, Ian complementou dizendo que o Brasil é um país estratégico na luta pela mitigação das mudanças climáticas.


Esta é a chamada Semana Climática Mundial, que acontece do dia 21 a 27 de setembro com o intuito de gerar debates sobre questões ambientais. No Brasil, o evento alcançou diversas capitais como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Cuiabá, Fortaleza, Belém, Manaus e outras cidades que, ao longo desta semana, vêm realizando protestos, vigílias, manifestações artísticas, debates em lives sobre defesa do meio ambiente, contra o aquecimento global e a destruição ambiental.

*Estagiária sob supervisão de...

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