ESPORTES

Diagnosticado com covid, médico do Flamengo defendeu volta do futebol

Um dos nove infectados do grupo que está no Equador, Márcio Tannure participou de almoço com Bolsonaro, em maio, e posou para fotos sem máscara

O Flamengo tem enfrentado uma verdadeira odisseia antes da partida contra o Barcelona de Guyaquil, que pode (ou não) ser realizada nesta terça-feira (22/9), no Equador, pela quarta rodada da fase de grupos da Libertadores. O principal problema é um surto de covid-19, que atingiu sete atletas e dois integrantes do departamento de futebol.

Os dois profissionais dos bastidores tiveram diagnóstico positivo confirmado nesta terça — a poucas horas da provável realização da partida. Um deles é o ex-zagueiro e ídolo rubro-negro Juan Santos. O outro é o médico Márcio Tannure que, em maio, participou de um almoço em Brasília para defender a retomada do futebol no país em meio à pandemia e posou para fotos sem máscara.

Também estiveram presentes ao encontro o presidente do Flamento, Rodolfo Landim; do Vasco, Alexandre Campello; e da República, Jair Bolsonaro — crítico ao isolamento social e enfático ao minimizar os impactos da pandemia. As imagens em que aparece sem máscara foram compartilhadas pelo próprio médico. "Hoje demos um pequeno passo, mas que pode significar um passo enorme no nosso retorno. Continuamos trabalhando", escreveu Tannure nas redes sociais em 19 de maio.

 
 
 
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Hoje demos um pequeno passo mas que pode significar um passo enorme no nosso retorno ! Continuamos trabalhando.... VÁ E VENÇA #issoaquieflamengo

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Um mês depois, em 18 de junho, o Flamengo se tornaria a primeira equipe a voltar a campo após a pausa nos campeonatos estaduais provocada pela pandemia de covid-19. Pelo Carioca, o rubro-negro derrotou o Bangu por 3 a 0 no Maracanã, local em que também estava instalado, na ocasião, um hospital de campanha para atender pacientes com o novo coronavírus.

Após o almoço, Tannure fez uma live para rebater as críticas. "Não estou fazendo política. Estou servindo à população, ao esporte. Qualquer outro presidente que lá estivesse e me convidasse eu iria. Isso é uma situação apolítica. Estou brigando pelo esporte, pelo retorno, pela saúde, pela manutenção da saúde. Infelizmente, muitas pessoas confundem isso. O mundo hoje está dessa maneira. Politizado e polarizado", disse.

Depois da acachapante derrota por 5 a 0 para o Independiente Del Valle, na última quinta-feira (17/9), o atual campeão da Libertadores voltaria a campo pela competição nesta terça. Os casos de covid-19 no clube da Gávea, porém, levaram autoridades sanitárias do Equador a interditarem o estádio onde a partida seria realizada. Com isso, o jogo está em xeque. Até a mais recente atualização desta reportagem, a Conmebol confirmava a realização.