crime organizado

PF investiga esquema que lavou R$ 30 bilhões

RENATO SOUZA FERNANDA STRICKLAND*
postado em 01/10/2020 00:02
 (crédito: PF/Divulgação)
(crédito: PF/Divulgação)

A fim de desestabilizar a estrutura financeira do crime organizado, a Polícia Federal (PF) deflagrou, ontem, em São Paulo, a Operação Rei do Crime. O alvo foram empresas que operam um “importante braço financeiro” de uma facção criminosa, usadas para lavagem de dinheiro. As investigações apontam movimentações atípicas de R$ 30 bilhões, registradas pelo antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Entre os alvos estão empresários do setor de combustíveis e uma pessoa que foi condenada pelo envolvimento no furto ao Banco Central do Brasil, ocorrido em Fortaleza, em 2005. Cumprindo decisão do ministro Napoleão Nunes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a PF interditou 70 empresas. Também foram autorizados bloqueios de recursos em contas ligadas ao esquema criminoso. O montante supera a cifra de R$ 730 milhões.

Policiais cumpriram 13 mandados de prisão preventiva e 43, de busca e apreensão. A Justiça determinou, também, o sequestro de 32 automóveis, nove motocicletas, dois helicópteros, um iate, três motos aquáticas, 58 caminhões e 42 reboques. Há ainda o bloqueio de imóveis de luxo junto aos cartórios em São Paulo e Balneário Camboriú (SC).

A Polícia Federal pediu, em juízo, que as empresas utilizadas para lavagem de dinheiro seguissem em funcionamento, mas que passassem a ser administradas pela Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Postos de gasolina
As ilegalidades envolvem a exploração de postos de gasolina e o fornecimento de combustíveis. “Essa investigação teve a duração de aproximadamente um ano e meio e o estopim foram os assassinatos de Paca e Gegê do Mangue, duas lideranças do PCC. As mortes foram exigidas por Marcola (Marcos Herbas Camacho, preso em Brasília). Ele determinou que a execução fosse feita por um integrante da baixada santista”, disse o delegado Rodrigo de Campos Costa, chefe da investigação.

De acordo com ele, “foi identificado um helicóptero. Na investigação sobre a aeronave, constatamos que a empresa que tinha a propriedade era fictícia. Fizemos uma pesquisa de evolução patrimonial do suposto dono desta empresa e percebemos que ele tinha a propriedade de diversas firmas de combustíveis. Identificamos um contador que atuava para ele e, a partir daí, tivemos acesso a vários registros de empresas, documentos financeiros, etc.”

* Estagiária sob supervisão de Andreia Castro


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