Minas em Chamas

Serra do Cipó, BH e Ouro Preto: incêndios continuam ativos em Minas

Na unidade de conservação localizada entre a Grande BH e a Região Central, brigadistas lutam para evitar que fogo chegue a um terreno plano

Gabriel Ronan/ Estado de Minas
postado em 05/10/2020 22:55 / atualizado em 05/10/2020 22:55
 (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Iniciado ainda em setembro, o incêndio que toma conta do Parque Nacional da Serra do Cipó chegou ao nono dia nesta segunda (5). E o dia começou com quatro frentes de trabalho para os bombeiros, brigadistas e voluntários. Dessas, três já foram extintas. Sobrou justamente aquela mais desafiadora, na região conhecida como Alto Palácio.

Trata-se de um local de difícil acesso, um paredão rochoso com altura entre 200m e 300m. O objetivo dos combatentes até a noite de ontem era evitar que as chamas chegassem ao topo do paredão, onde está localizada uma área plana com muita vegetação.

O temor é que os combates voltem à estaca zero caso o fogo atinja essa planície. Com isso, os focos próximos à Serra da Caetana, no setor de pousadas e no Cânion das Bandeirinhas foram vencidos durante o dia. Os trabalhos desta segunda começaram às 5h30.

Em nota, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) divulgou que, após nove dias, o maior incêndio desta região central de Minas começa a recrudescer.

"O cenário geral do incêndio no dia de hoje é mais favorável que nos dias anteriores. Às ações de combate desse domingo deixaram um cenário mais favorável às operações de combate de hoje pela manhã", reportou o ICMBio.

A moradora Ana Paula Teixeira, que está envolvida com uma campanha para arrecadação de insumos, se disse indignada com a indiferença dos turistas.

"Nossa serra se acabando em chamas e as pessoas fazendo fila na porta das cachoeiras, lotando os bares, a maioria sem máscaras, como se nada estivesse acontecendo. Parece que não tem incêndio e que acabou a pandemia", disse.

Um brigadista, que preferiu não se identificar, contou que estava muito cansado, mas que assim que tivesse o mínimo de condições de calçar suas botas novamente, voltaria para o front.

"Vimos alguns bichos mortos no meio das cinzas, como cobras, insetos incinerados, uma raposa correndo", conta. Há indícios de que o incêndio, que começou no domingo (27), tenha sido de origem criminosa e uma investigação já está em andamento.

 

Belo Horizonte


Outro incêndio que traz preocupação nesta segunda foi na vegetação do Parque Ursulina de Andrade Melo, no Bairro Castelo, Região da Pampulha, em BH.

Durante esta noite, os bombeiros informaram que ainda havia um foco de incêndio no interior da estrutura. Porém, os militares pausaram os trabalhos por conta da falta de luminosidade e das dificuldades para acessar o local.

Ainda assim, os bombeiros monitoravam as chamas e cercavam a linha do fogo em pontos estratégicos. Até por volta das 19h, a corporação avaliava se seria possível realizar algum tipo de combate durante a noite. Apesar do susto, não houve registro de vítimas no local nem residências atingidas.

Desde sábado até a manhã desta segunda, os bombeiros receberam 781 chamados para ocorrências de incêndios em Minas Gerais. A reportagem tentou atualizar o dado, mas a corporação informou que não seria possível informar o balanço mais recente.

Itacolomi

O fogo também toma conta do Parque Estadual do Itacolomi, em Ouro Preto, Região Central de Minas Gerais. Nesta segunda-feira, o efetivo contou 52 pessoas envolvidas, entre militares, policiais civis, servidores estaduais e brigadistas.

A equipe contou com apoio de aeronaves da Polícia Militar e da Força Aérea Brasileira. Dois focos ainda permanecem ativos no local, nas regiões conhecidas como curva do sabão e no pico. Outros dois pontos que já tiveram as chamas apagadas serão monitorados.

 

 

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