Coronavírus

Brasil supera a marca de 150 mil mortes

Após contabilizar 559 casos fatais, ontem, país atingiu o total de 150.198 vidas perdidas pela pandemia

» Jorge Vasconcellos
postado em 10/10/2020 22:23

Depois de sete meses de pandemia de covid-19, o Brasil superou a marca de 150 mil mortes. Ontem, atingiu o total de 150.198 vidas perdidas, incluindo 559 novos casos fatais, segundo dados do Ministério da Saúde. A pasta informou também que o número de infecções pelo novo coronavírus chegou a 5.082.637 no país, com 26.749 novas notificações.

Um mês e meio após sair do patamar de mil mortes diárias (um pico que se tornou um platô), o Brasil ainda está registrando uma média de 600 óbitos por dia.

O presidente Jair Bolsonaro comentou sobre a pandemia durante uma transmissão ao vivo, ontem, nas redes sociais, mas não lamentou o número histórico. Ele insistiu que a hidroxicloroquina poderia ter poupado a vida de muitos brasileiros acometidos pela covid-19. Sem apresentar nenhum estudo, estimou que o país teria 30% de mortes a menos pela doença, caso o remédio tivesse sido receitado em larga escala. “Esse estudo vai chegar um dia. Vou chutar: por volta de 30% das mortes poderiam ser evitadas pela hidroxicloroquina, usando na fase inicial”, declarou o presidente, ao lado de uma apoiadora, no Guarujá (SP), onde está hospedado para o fim de semana e o feriado de Nossa Senhora Aparecida.

Bolsonaro disse à apoiadora que a Sociedade Europeia de Cardiologia constatou, há quase duas semanas, que a hidroxicloroquina não causa arritmia nos pacientes que a utilizam. “Eu sei que não sou médico, mas converso com muitos médicos. Ou você acha que eu inventei a hidroxicloroquina?”, questionou.

Em determinado momento da transmissão, Bolsonaro disse à mulher que, caso ela seja diagnosticada com a doença, não precisa se preocupar. “Se pegar um dia, não fique preocupada. A gente evita, né? Estou com 65 anos. Não senti nada. Nem uma gripezinha. Zero. Zero. Nada”, comentou.

“Péssimo aluno”
A médica infectologista Raquel Stucchi, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professora da Universidade de Campinas (Unicamp), afirmou que o “Brasil tem sido um péssimo aluno na pandemia”. Segundo ela, a partir do que ocorreu em outros continentes, o país já sabia o que deveria fazer para ter números menores de casos e de mortes pela covid-19. “Desde o início, a gestão federal foi catastrófica, ao não admitir a gravidade da doença e a forma de conter a transmissão. E tudo isso foi negado pelo presidente, que trocou por duas vezes o comando do Ministério da Saúde, culminando com a efetivação de um ministro (general Eduardo Pazuello) que não tem experiência no controle de qualquer tipo de epidemia, e nem sabe como funciona o SUS”, criticou.

“Nós optamos por conviver com a pandemia, porque, há sete meses, estamos assim. Não há controle da pandemia, estamos convivendo com ela. Nós não tivemos um planejamento único no país, o que deixou as decisões nas mãos dos gestores estaduais”, afirmou. A especialista acrescentou que isso fez com que a população ficasse muito confusa sobre o que fazer: “põe máscara, tira a máscara, fica em casa, não fica em casa”. “Com isso, o país ficou nesse platô interminável de casos e óbitos”, lamentou a médica.

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Ministro Luiz Ramos testa positivo para covid-19

 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 15/8/19)
crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 15/8/19

O ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, testou positivo para o novo coronavírus ontem. Ele está com sintomas gripais leves e ficará em isolamento, trabalhando de forma remota, de acordo com nota divulgada pela pasta. Ramos é o 10º ministro a contrair a covid-19, além do presidente Jair Bolsonaro. O governador em exercício do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PSC), também testou positivo para o novo coronavírus, segundo informações divulgadas ontem pelo governo do Rio. Conforme nota divulgada nas redes sociais, o estado geral de Castro é bom. “Ele trabalha de casa e segue orientações médicas, cumprindo o isolamento”, disse.

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