Mortes violentas cresceram 7,1% no primeiro semestre de 2020 no Brasil

Crimes contra a vida aumentaram mesmo durante a pandemia de coronavírus, que gerou menor circulação de pessoas nas cidades

Renato Souza
postado em 19/10/2020 00:14 / atualizado em 19/10/2020 00:15
 (crédito: Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil)
(crédito: Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil)

Dados levantados para o 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que a violência voltou a crescer no Brasil, após dois anos de queda. De acordo com as informações das secretarias de segurança pública dos estados, o país registrou 25.712 nos primeiros seis meses deste ano, um aumento de 7,1% em relação ao mesmo período de 2019.

Os números revelam que uma pessoa foi assassinada a cada 10 minutos entre janeiro e junho deste ano. No mesmo período, 110 policiais também morreram em serviço, o que também aponta elevação 19,6% nos registros de homicídios contra profissionais da segurança. Além disso, 3.101 pessoas morreram durante intervenções policiais.

Os dados impressionam em razão da pandemia de coronavírus, que mesmo ocasionando uma menor circulação de pessoas, não foi suficiente para reduzir a violência, nem mesmo manter a queda identificada no ano anterior.

Na contramão dos crimes contra a vida, os atos criminais contra patrimônio apresentaram redução neste ano. Roubos a transeuntes caíram 34%, contra veículos, 22,5% e de carga 25,8%. Ao mesmo tempo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou aumento de 25% nas apreensões de cocaína e 128,3% na de maconha.

O aumento das mortes ocorrem em meio a políticas de afrouxamento do acesso a armas de fogo pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Diversas alterações na legislação facilitam o acesso ao armamento, como a exclusão da necessidade de se apresentar justificativa para obter armas em regiões mais violentas e a permissão de até quatro armas por cidadão.

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