PANDEMIA

"Não há intenção de compra de vacinas chinesas", diz Saúde

Em pronunciamento, o secretário-executivo da pasta, Élcio Franco, afirmou que houve interpretação equivocada durante vídeoconferência com governadores sobre compra de doses da CoronaVac

Bruna Lima
postado em 21/10/2020 12:28 / atualizado em 21/10/2020 13:49
 (crédito: Agência Brasil/DIvulgação)
(crédito: Agência Brasil/DIvulgação)

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, negou, nesta quarta-feira (21/10), que o governo federal pretenda adquirir as doses da vacina CoronaVac, candidata chinesa com parceria entre a farmacêutica Sindovac e o Instituto Butantan.

"Não há intenção de compra de vacinas chinesas", afirmou Franco, acrescentando, ainda, que, "no que depender desta pasta, (a imunização contra covid) não será obrigatória". O discurso ocorre logo após o presidente Jair Bolsonaro negar as aquisições do que se referiu como "vacina chinesa de João Doria", reiterando que não iria fazer o povo brasileiro de "cobaia". 

A mensagem de que a pasta iria incorporar a CoronaVac ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) surgiu na terça-feira (20) durante reunião com governadores, realizada por meio de vídeoconferência. Segundo o Ministério da Saúde, houve uma interpretação equivocada da fala da pasta. "Em momento nenhum, a vacina foi aprovada pela pasta, pois qualquer vacina depende de análise técnica e aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec)", esclareceu Franco. 

No entanto, o novo posicionamento contradiz, inclusive, a própria publicação do MS, que, em matéria publicada no site oficial da pasta e apagada depois, confirma a incorporação da CoronaVac. "A ação é mais um passo na estratégia de ampla oferta de vacinação aos brasileiros. Somadas, as três iniciativas — AstraZeneca, Covax e Butantan-Sinovac — representam 186 milhões de doses, a serem disponibilizadas ainda no primeiro semestre de 2021, já a partir de janeiro", chegou a vincular a pasta. 

Após a tentativa de reverter o anúncio com o argumento de interpretação equivocada, o governo de São Paulo disponibilizou, na íntegra, a reunião na qual foram feitas as tratativas. "Em nome da transparência", argumentou a secretaria de comunicação paulista ao decidir pela divulgação.

Covax Facility

No pronunciamento, o secretário-executivo ainda reiterou que, por parte da pasta, os esforços se concentram na adesão na iniciativa Covax Facility, com a opção de compra de vacinas, além do contrato de encomenda tecnológica da vacina da AztraZeneca com a Universidade de Oxford. "Não houve qualquer compromisso com o governo do estado de São Paulo ou seu governador, no sentido de aquisição de vacinas contra covid-19. Tratou-se de um protocolo de intenção entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, sem caráter vinculante", acrescentou Franco. 

Em uma publicação pelas redes sociais, o chefe do Executivo disse que antes de ser disponibilizada à população, a imunização deverá ser comprovada cientificamente e que não fará "um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem".

 


Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação