SAÚDE

Amazonas prorroga decreto que proíbe funcionamento de bares

De acordo com os números divulgados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), os números relativos à pandemia no estado tiveram um aumento significativo nos últimos 14 dias

Renata Rios
postado em 28/10/2020 06:00
 (crédito: EDMAR BARROS/FUTURA PRESS)
(crédito: EDMAR BARROS/FUTURA PRESS)

O estado do Amazonas acumula 158.718 casos confirmados do novo coronavírus e 4.478 mortes. Para tentar conter o aumento de infectados, o Governo do Amazonas prorrogou por mais 30 dias o decreto que proíbe o funcionamento de bares, praias e flutuantes. A informação foi dada pelo governador Wilson Lima ontem, em coletiva de imprensa. Segundo ele, a decisão é baseada no aumento de aglomerações em eventos eleitorais e da antecipação do período sazonal de ocorrência de síndromes respiratórias agudas (SRAGs), devido ao início precoce do período chuvoso.

De acordo com os números divulgados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), os números relativos à pandemia no estado tiveram um aumento significativo nos últimos 14 dias. A média móvel cresceu 23% e, no caso de Manaus, a alta chegou a 55%. A taxa de ocupação de leitos clínicos reservados para pacientes com covid-19 na rede estadual, também, teve crescimento considerável, aumentando 51% no período.

E a média móvel de mortes pela doença no estado cresceu 36%. “Não dá para comparar, ainda, o que está acontecendo na Europa com o que está acontecendo aqui (no Brasil)”, alerta o médico Alexandre Cunha, vice-presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal. “Fatalmente, o país vai ter uma segunda onda. O que é bem provável é que na amplitude dessa segunda onda o número de casos, casos reais, não sejam notificados; seja menor do que na primeira onda”, continua.

UTIs

A decisão no Amazonas, segundo o governador, foi anunciada para conter a infecção desenfreada. “Eventos políticos, convenções, reuniões e caminhadas fizeram com que os casos aumentassem no interior, e nós estamos, também, tendo a antecipação do período chuvoso. Isso acaba gerando o aumento de síndromes respiratórias, e todo esse cenário tem causado uma pressão sobre nossa rede (hospitalar). Diante disso, a gente está tomando algumas atitudes, algumas iniciativas, entre elas a prorrogação do decreto de restrição, que continua”, afirmou Wilson Lima.

“Algumas unidades hospitalares atingiram a ocupação máxima. É o caso, por exemplo, do Hospital Delphina Aziz, que no último fim de semana acabou atingindo quase que sua totalidade de leitos da UTI”, pontuou o governador. Para lidar com a situação, a Secretaria de Saúde do estado colocou em operação o Plano de Contingência para o Período Sazonal da SRAG, que tem como principal objetivo aumentar o número de leitos de retaguarda para o novo coronavírus e reduzir internações por outras causas na rede estadual de saúde.

O governador pontuou que todo o planejamento feito atualmente é resultado do aprendizado vivido durante o processo crítico de pandemia na unidade federativa, que enfrentou o colapso do sistema de saúde no mês de abril. “Com a ajuda de algumas instituições e graças a essa vivência, hoje é possível fazer um planejamento bem mais preciso sobre a contingência em relação à covid-19”.

Quase 30 mil casos em 24h

O Brasil registrou 549 novas mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde. O número total de óbitos pela doença no país chega a 157.946. Além disso, houve registro de quase 30 mil casos confirmados, totalizando 5.439.641 infectados pelo novo coronavírus. São Paulo é o estado com maior número de diagnósticos positivos, 1.098.207. Na sequência, aparecem Minas Gerais (351.033), Bahia (347.721) e Rio de Janeiro (304.904). Das 27 unidades federativas, 24 registram mais de mil mortos pelo novo coronavírus. No topo da lista estão: São Paulo (38.885), Rio de Janeiro (20.292) e Ceará (9.305).

Teste para ser feito em casa

Desenvolvido inicialmente para uso em empresas e hospitais, um teste para o novo coronavírus por meio da saliva, que pode ser feito em casa, foi lançado ontem e estará disponível em São Paulo, na capital e em algumas cidades da Grande SP. O meuDNA, healthtech do grupo Mendelics, laboratório de mapeamento genético, custa R$ 169 e o resultado, que pode ser acessado pela internet, fica pronto em 24 horas.

“Com a técnica PCR-LAMP, o meuDNA Covid é o que tem a maior taxa de especificidade. De cada 100 pessoas não infectadas, menos de um indivíduo terá um resultado de falso positivo e esse é o melhor cenário existente hoje para testes de coronavírus, representando 99% de acurácia”, detalha Cesário Martins, diretor da healthtech brasileira.

O teste é voltado para detectar o vírus em sua fase ativa, apresenta-se como uma opção em um momento da pandemia em que pessoas retomaram suas atividades e podem precisar fazer o exame mais de uma vez. A amostra é colhida pela própria pessoa por meio de um kit comprado pela internet. (RR)

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