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Lotéricas em Pernambuco lavariam dinheiro para agentes políticos, investiga PF

Operação Mapa da Mina foi deflagrada em três municípios após investigação que teve início em 2018 e estima que R$ 175 milhões de cofres públicos foram utilizados por empresas suspeitas

Diário de Pernambuco
postado em 11/11/2020 10:51 / atualizado em 11/11/2020 10:52
 (crédito: PF/Divulgação)
(crédito: PF/Divulgação)

A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou, na manhã desta quarta-feira (11), a Operação Mapa da Mina, que apura o uso de casas lotéricas de propriedade de agentes políticos para lavagem de dinheiro. Segundo a PF, o local seria utilizado como ponto para lavagem de dinheiro decorrente de desvio de verba pública e de corrupção.

A investigação foi iniciada em abril de 2018 com a deflagração da operação Decimus, que identificou um grupo empresarial comandado por um oficial da Polícia Militar de Pernambuco, que atuava na área de vigilância e de serviços gerais. A Polícia Federal informou que o PM levantou suspeitas após apresentar um crescimento econômico a partir de 2013 através de de contratos com entidades públicas municipais, estaduais e federais, com dispensas de licitação suspeitas ou processos licitatórios direcionados.

A PF também comunicou que durante os anos de 2017 e 2020, duas das empresas do grupo já receberam aproximadamente R$ 175 milhões. Dinheiro este que, segundo a Polícia Federal, foi adquirido de cofres públicos e distribuídos em três categorias: Entidades municipais, que teriam recebido aproximadamente R$ 54 milhões; entidades estaduais, com R$ 105 milhões e entidades federais, com R$ 16 milhões.

Ainda segundo órgão, os indícios colhidos na primeira fase da operação indicam que os agentes políticos investigados atuam em parceria com o grupo empresarial, junto a dirigentes de alguns órgãos públicos, com o propósito de direcionar licitações ou dispensa em favor de empresas do grupo.

De acordo com a PF, as firmas beneficiadas com os contratos públicos milionários, além de outras empresas coligadas, transferem dinheiro rotineiramente para cinco casas lotéricas de propriedade dos agentes políticos envolvidos, e são mantidas para viabilizar o processo de lavagem de dinheiro, onde as somas transferidas já totalizam mais de R$ 14 milhões de reais.

Ao todo, estão sendo executados 25 mandados de busca e apreensão, sendo 23 na Região Metropolitana de Recife, um em Caruaru e um em Floresta.

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