CoronaVac

Laudo completo de voluntário indica ingestão de opioides e álcool

"Os resultados apontam que a morte se deu em consequência de uma intoxicação exógena por agentes químicos", informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo

Bruna Lima
Maria Eduarda Cardim
postado em 12/11/2020 20:55 / atualizado em 12/11/2020 20:57

Detalhes do laudo do voluntário da vacina chinesa CoronaVac, cuja informação da morte fez a Agência Nacional de vigilância Sanitária (Anvisa) paralisar os estudos, confirmam a versão de "suicídio consumado" e, portanto, causa externa e não esperada de um candidato dos testes. De acordo com novas informações divulgadas nesta quinta-feira (12/11) pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP), o óbito ocorreu em decorrência da ingestão de medicamento a base de opioides e sedativos combinado com álcool.

"Os resultados apontam que a morte se deu em consequência de uma intoxicação exógena por agentes químicos. Foram constatadas as presenças de opioides, sedativos e álcool no sangue da vítima”, esclarece a nota da pasta, conforme a conclusão do Instituto Médico Legal (IML). A combinação, ainda em pequenas doses, pode provocar overdoses, confusões mentais, tonturas, fraquezas e dificuldades para respirar.

A secretaria de Segurança de SP já havia confirmado ao Correio que o caso foi registrado e é investigado como suicídio pelo 93º DP (Jaguaré). As apurações e laudos foram finalizados pelo IML e o Instituto de Criminalística e encaminhados à DP responsável.

Entenda o caso

Na noite de segunda-feira (9), a Anvisa anunciou a suspensão dos testes por causa de um evento adverso grave ocorrido com um voluntário do estudo clínico da CoronaVac. No mesmo dia, o Instituto Butantan afirmou, por meio de nota, que lamentava ter sido informado pela imprensa e não diretamente pela Anvisa sobre a interrupção dos testes da vacina.

Já na terça-feira (10), tanto o Instituto Butantan, quanto a Anvisa realizaram coletivas de imprensa para explicar o que aconteceu. No entanto, houve desencontro de informações. Enquanto a agência argumentava ter agido com precaução diante da informação "incompleta e insuficiente" oferecida pelo Butantan, este, por sua vez, alegava ter fornecido todos os dados necessários, reivindicando a retomada imediata dos estudos.

Dois dias após paralisar o estudo clínico da vacina CoronaVac, a Anvisa autorizou, na quarta-feira (11), a retomada dos testes com o imunizante.

 

 

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