Eleições

Especialistas acreditam que medidas evitarão contágios por covid-19 durante eleições

Em setembro, o TSE lançou o Plano de Segurança Sanitária para as eleições municipais de 2020 com a consultoria de especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e dos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein

Vera Batista
postado em 15/11/2020 07:00 / atualizado em 15/11/2020 07:15
 (crédito: Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)
(crédito: Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá inúmeros desafios nas eleições municipais de 2020 diante da crise sanitária e uma provável segunda onda de infecção pelo novo coronavírus, que já deu as caras na Europa e nos Estados Unidos. O TSE quer que aos eleitores compareçam às urnas hoje. Já os especialistas da saúde manifestam preocupação e pedem cautela na hora de deixar a quarentena para exercer o papel de cidadão. Em oito meses de pandemia, o país registra mais de 165 mil mortes e 5,8 milhões de infectados por covid-19.


Segundo a médica Eliana Bicudo, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), os brasileiros estão, sim, seguros para sair de casa neste domingo, “se mantiverem as regras estabelecidas pelas autoridades de saúde, como distanciamento de, pelo menos, um metro, uso de máscaras e evitarem aglomerações”. Mas isso, lamenta, “é justamente o que a gente não está vendo”. Nesse contexto de desobediência, a infectologista coloca a responsabilidade para que tudo ocorra dentro da normalidade nos ombros do Tribunal.


“Ao contrário dos Estados Unidos, no Brasil, temos a Justiça Eleitoral, cujo papel é de conter os ânimos. Esperamos que isso aconteça. Eleição é uma questão de saúde pública, de Justiça e de polícia”, reforça Eliana.


Alexandre Naime Barbosa, chefe do departamento de infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e também consultor da SBI, destaca que é ferrenho defensor do comparecimento às urnas e totalmente contra a prática da abstenção. “Mas, é impossível avaliar os resultados do pleito do ponto de vista dos riscos de contaminação”, assinala.


Para Naime Barbosa, os cuidados exigidos pelas autoridades, amplamente divulgados, devem ser seguidos. “O Brasil é enorme e sem padrões. Em um mesmo shopping, por exemplo, vê-se lojas que impõem restrições, outras, não. Então, é uma incógnita. Não podemos abrir mão do total controle, não só nas zonas eleitorais como nos ambientes públicos. O voto é um dever cívico importante. Principalmente neste momento em que gestores são contra a saúde e a ciência, tornou-se ainda mais importante que as pessoas compareçam e mudem a realidade”, reforça o infectologista.

Plano sanitário


Em setembro, o TSE lançou o Plano de Segurança Sanitária para as eleições municipais de 2020 com a consultoria de especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e dos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein. O ministro Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, anunciou os protocolos para eleitores e mesários, de modo a impedir que o pleito seja um vetor de propagação do novo coronavírus no Brasil, a quarta maior democracia do mundo, com mais de 147 milhões de eleitores.
As orientações foram apresentadas na campanha “Vote com Segurança” pelas emissoras de rádio e televisão. “Convocamos os eleitores a participarem desse momento relevante para a democracia com muita responsabilidade, tomando todos os cuidados sanitários indicados”, destacou Barroso.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação