São Paulo

'Não tinha noção da complexidade', diz motorista que atropelou ciclista

Marina Kohler Harkot andava de bicicleta pela Avenida Paulo VI, em Pinheiros, quando foi atingida pelo veículo. Ela morreu no local. O motorista não prestou socorro

Agência Estado
postado em 16/11/2020 13:56
 (crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil)
(crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil)
José Maria da Costa Júnior, motorista que atropelou e matou a socióloga Marina Kohler Harkot na madrugada do dia 8, disse que "não tinha noção da complexidade" do que tinha ocorrido logo após o choque contra a jovem de 28 anos. "A gente não tinha essa noção da complexidade, de que alguém pudesse estar ali, que pudesse estar machucado", disse ele à TV Globo em reportagem exibida neste domingo, 15.
Marina andava de bicicleta pela Avenida Paulo VI, em Pinheiros, zona oeste, quando foi atingida pelo veículo. Ela morreu no local. O motorista não parou para prestar socorro e apenas se apresentou à polícia na terça-feira, dia 10. Ele foi liberado após essa apresentação. A Polícia Civil investiga o caso.
Neste domingo, ao programa da Globo, ele disse que o atropelamento aconteceu após um carro buzinar atrás do veículo que dirigia. Outras duas pessoas o acompanhavam no veículo. "Cheguei numa saída assim de água, reduzi o carro para poder passar e o carro atrás buzinou e eu acelerei. Acabei ficando na dúvida se podia cruzar para o outro lado ou não e vi alguma coisa na minha frente", explicou.
'Via iluminada'
O socorro médico para Marina foi acionado por uma policial militar que passava pelo local. Ela disse ao programa que "era uma via super iluminada". "Com certeza, ele viu a Marina. Não tinha como não ver a Marina", disse a policial Mariana de Morais Braga sobre a circunstâncias do acidente.
Questionado sobre o porquê de não ter prestado socorro, o motorista disse que "como tinha mais gente lá, (achou) que tivesse mais condições de poder socorrer". "Eu entreguei que essas pessoas pudessem socorrer essa pessoa", disse o homem.
O Estadão mostrou que Marina foi vítima de um dos problemas que denunciava: a violência no trânsito. A jovem concluiu a graduação e o mestrado na Universidade de São Paulo (USP), instituição em que era pesquisadora colaboradora, pelo LabCidade, e cursava o doutorado, ambos na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP). Foi coordenadora do coletivo Ciclocidade, integrante do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito de São Paulo, no segmento "bicicleta", e consultora em planejamento urbano.
 

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