A Justiça de Goiás converteu a prisão em flagrante para preventiva do acusado de latrocínio (roubo com morte) da médica Hitome Akamatsu, de 43 anos. A decisão ocorreu ontem, em audiência de custódia, no município goiano de Abadiânia. O crime ocorreu em 10 de novembro, numa cachoeira da Casa Dom Inácio Loyola, na qual o místico João de Deus fazia sessões, mas agentes de segurança só localizaram o corpo da mulher domingo passado. O suspeito, identificado como Rafael Lima da Costa, de 18 anos, afirmou tê-la matado para quitar uma dívida de R$ 670 com traficantes de Anápolis (GO).
O acusado do assassinato relatou, em depoimento na Delegacia de Abadiânia, que no dia do crime um grupo de oito homens teria invadido a casa onde mora, cobrando o pagamento da dívida de drogas. O homem, porém, não informou aos agentes os nomes dos supostos traficantes.
Após a saída dos bandidos, Rafael saiu de casa de bicicleta. Deixou-a em um terreno baldio, próximo ao centro onde o místico João de Deus atendia –– antes de ser preso ––, no Bairro Lindo Horizonte. Dali, seguiu à cachoeira.
“Viu uma mulher tomando banho em uma cachoeira (Hitome) e os pertences próximos. Ao revistar os pertences, sem que a vítima percebesse, não encontrou nada de valor. Se aproximou da vítima e notou que ela não falava português. Que acreditou que seria denunciado e resolveu matá-la”, narrou, com detalhes, o suspeito aos agentes. O depoimento foi disponibilizado em autos do processo do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO).
Após enforcar Hitome, Rafael deixou a cachoeira com os pertences da médica: uma bermuda, uma saia, uma camiseta e um colchonete azul. Ao sair da Casa Dom Inácio, um segurança do local o interpelou. O funcionário questionou o que o jovem estava fazendo ali. O suspeito afirmou que havia “ajudado um povo a recolher um gado e que teria ido à cachoeira para tomar banho.”
Após sair da Casa Dom Inácio, Rafael foi a uma construção abandonada e, ali, teria encontrado uma garrafa pet com gasolina. Ele teria utilizado o combustível para atear fogo aos pertences da vítima, com exceção da blusa — a peça de roupa foi deixada em um contêiner de lixo.
Ao considerar a materialidade do crime e a versão do acusado, o juiz Fernando Augusto Chacha de Rezende decidiu mantê-lo detido para garantir a ordem pública. “Tendo em vista a periculosidade do conduzido, consubstanciada na gravidade concreta dos fatos, sendo a vítima violentamente agredida, com resquícios de crueldade, sem chance de defesa, sendo o corpo da vítima localizado coberto por terra e pedras, crime este praticado, ao que indicam os indícios preambulares, por motivos insignificantes e desprezíveis”, analisou.
Segundo ataque
Conforme noticiado pelo Correio, outra mulher estrangeira teria sido atacada em Abadiânia, na mesma semana da morte de Hitome Akamatsu. Em depoimento aos policiais da delegacia local, Rafael confessou ter tentado roubá-la.
“Há alguns dias, no Bairro Lindo Horizonte, tentou roubar uma mulher quando notou que ela não falava português. A mulher reagiu e lhe aplicou um golpe de judô, jogando-o ao chão. Depois, correu e fugiu”, relata o depoimento de Rafael prestado à polícia.
PF prende 5 por fraude no auxílio emergencial
A Polícia Federal investiga a atuação de uma organização criminosa especializada em fraudes no auxílio emergencial, assim como em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), da Caixa Econômica Federal. Durante a ação de ontem, cinco foram presos em flagrante. De acordo com informações da PF, os envolvidos no esquema recebem o auxílio emergencial e realizavam as fraudes com nomes de terceiros. Não foi identificado, ainda, se essas pessoas são vítimas dos criminosos ou se disponibilizaram as próprias contas aos bandidos para receber a quantia paga pelo governo federal. A operação, batizada de Resiliência, contou com apoio da Polícia Civil do Distrito Federal. Os 80 agentes cumpriram 14 mandados de busca e apreensão em endereços da capital. Dois acusados detidos nesta fase foram pegos com drogas, e três por posse ilegal de arma de fogo.
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