O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontou a possível causa do novo apagão que atingiu o Amapá na noite de terça-feira, o segundo em duas semanas. Em nota, disse que os desligamentos podem ter sido causados pela falha em uma linha de transmissão no momento em que ela seria “reenergizada”.
No início do mês, um incêndio em uma subestação de energia de Macapá deixou 14 dos 16 municípios amapaenses no escuro. Nos últimos dias, o abastecimento ainda não havia sido regularizado 100% e vinha sendo feito pelo sistema de rodízio.
Segundo o ONS, a linha Santa Rita-Equatorial, que apresentou a falha, é mantida desligada até avaliação pela Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), distribuidora local. Ainda segundo o órgão, a “demora” na recomposição de cargas no estado ocorreu por uma “sequência de eventos”, com três desligamentos do transformador da subestação que fica em Macapá e é responsável pela distribuição de energia na cidade. O apagão de terça-feira afetou 13 municípios.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o fornecimento no estado foi restabelecido em 80% da capacidade, mesmo patamar de antes do desligamento da moite de anteontem. A CEA informou que a energia voltou à 1h de ontem. Depois disso, a distribuidora voltou ao fornecimento em rodízio às 4h nos bairros que ainda estavam totalmente no escuro.
Sem resposta
O presidente Jair Bolsonaro ignorou, ontem, perguntas sobre o novo apagão no Amapá. No primeiro blecaute, ele demorou quatro dias para se pronunciar e, quando o fez, em transmissão pelas redes sociais, isentou o governo federal de responsabilidade.
Questionado sobre o assunto por jornalistas, em duas oportunidades, durante cerimônia que participou em Flores de Goiás (GO), cidade a 234km de Brasília, o presidente não parou para responder. O assunto também foi ignorado em seu discurso no evento, em que o governo entregou títulos de terras a assentados da região.
No último dia 9, quando falou da falta de energia no Amapá nas redes sociais, Bolsonaro disse que o problema estava sendo normalizado e que em 70% do estado a energia havia sido restabelecida. O fornecimento, no entanto, nunca chegou a ser completamente restabelecido e desde então vinha funcionando em esquema de rodízio. Na ocasião, criticou a empresa fornecedora de energia no estado e disse que o Ministério de Minas e Energia ainda estava apurando o que havia ocorrido.
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