Em meio a alta de casos do novo coronavírus e internações de pacientes com covid-19, o governo de São Paulo (SP) assinou nesta quinta-feira (19/11) um decreto que proíbe os hospitais, sejam públicos, filantrópicos ou privados, a desmobilizarem qualquer leito voltado para o atendimento da covid-19. A medida, anunciada durante coletiva de imprensa, visa garantir vagas para todas as pessoas que possam necessitar de assistência hospitalar.
A proibição vale tanto para leitos de enfermaria, como para leitos de unidade de terapia intensiva (UTI). Além de preservar os espaços destinados ao tratamento de infectados pela covid-19, o governo de SP também proibiu a realização de novos agendamentos de cirurgias eletivas. “Estamos, neste momento, numa condição de bastante atenção e cautela frente a dados que sinalizaram tanto o aumento do número de casos, bem como o aumento do número de internações”, ressaltou secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.
Na 47ª semana epidemiológica, o governo de São Paulo revelou aumento de 14% a 19% no número de internações, tanto na rede de saúde pública como na privada e na filantrópica. Gorinchteyn explicou que essa elevação da curva promove a necessidade de medidas estratégicas de forma cautelar.
Apesar dos incrementos, o secretário afirma que o estado ainda está longe de viver a ocupação vista meses atrás. “Lembrando que estamos ainda muito distantes daquilo vivenciado em semanas lá de maio, junho, julho, mas (o momento atual) merece realmente atenção. Naquele momento tínhamos cerca de 95% de ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva”, explicou. Hoje, o estado de São Paulo tem 43,5% de taxa de ocupação de leitos no estado e 49,7%, na Grande São Paulo.
Plano São Paulo
Gorinchteyn também falou sobre os riscos de se fazer a recalibragem do Plano São Paulo neste momento. “Simplesmente, nós passaríamos de 76% da nossa população que está no faseamento verde para cerca de 90%, em todo estado”, indicou. A reclassificação do plano, que seria feita na última segunda-feira (16), foi adiada em razão da necessidade de uma análise mais consistente dos índices de saúde.
“Precisamos analisar ainda esses índices de uma forma muito próxima e que todos os dados sejam efetivamente compilados para entender como essa curva se comportará”, justificou o secretário de Saúde de São Paulo.
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