O policial militar Giovane Silva, preso pelo assassinato de João Alberto Freitas em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre, prestou depoimento à Polícia Civil na tarde desta sexta-feira (27/11). João foi espancado e morto por dois seguranças no último dia 19. Mais de 15 pessoas testemunharam o crime. O depoimento do militar durou cerca de quatro horas. Ele alegou que não tinha interesse nem intenção de matar Beto Freitas, como a vítima era chamada, e que não teve nenhuma motivação discriminatória racial para conter o homem negro.
Giovane Silva alegou que a intenção era imobilizar Beto Freitas. Ele disse que foi agredido por Beto Freitas. Nas imagens das câmeras de segurança do local, o autônomo dá um soco em Giovani quando os seguranças o levavam para o lado de fora do mercado. Segundo o relato de Giovane, Beto teria ficado extremamente agressivo. O policial disse que, durante a tentativa de conter Beto Freitas, o homem perdeu os sentidos. Os dois seguranças acreditaram que Beto teria desmaiado.
Prorrogação do inquérito
Giovane disse em depoimento que era primeira vez que trabalhava para a empresa Vector, contratada para oferecer serviços de segurança ao Carrefour. Ele assumiu que deu socos e chutes em Beto Freitas. Giovane teve com o contrato suspenso com a Vector. A Brigada Militar do Rio Grande do Sul, por sua vez, abriu processo para retirar o PM do quadro da corporação.
Previsto para ser encerrado ainda nesta sexta, o inquérito da Polícia Civil foi prorrogado por mais 15 dias. A delegada responsável pelo caso, Roberta Bertoldo, afirmou que a "prorrogação é necessária em razão, em especial, de nós ainda não estarmos em posse dos laudos periciais, bem como de outras diligências que são fundamentais ao esclarecimento da autoria e de suas circunstâncias, como por exemplo a motivação [do crime]”.
* Estagiárias sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza
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