O número de novos casos e mortes pelo novo coronavírus voltou a subir de forma exponencial no Brasil, com atualizações que não eram registradas desde o início de setembro. Ontem, o Ministério da Saúde acrescentou 51.922 confirmações de covid-19 ao balanço, que já soma 6.290.272 de positivos para o vírus. A última vez que o país havia batido a marca dos 50 mil casos em 24 horas foi há 85 dias, quando contabilizou 51.194 testes positivos.
Considerando toda a semana 48, foram registradas 237.486 mil novas infecções, um incremento de 16,5% em relação à semana anterior. O número de mortes também subiu para 3.572 no acumulado dos sete dias, aumento de 7,2% na comparação com a semana 47. Somente ontem, foram somados 587 óbitos, totalizando 172.561 vidas perdidas desde o início da pandemia.
O ritmo de novos incrementos vem num crescente desde os dois fechamentos anteriores, indicando que o Brasil passa por uma nova fase de alta na transmissão. Até a última análise do Imperial College de Londres, o contágio estava com índice de 1,30, ou seja, cada 100 doentes têm capacidade de infectar outras 130 pessoas saudáveis.
O aumento deixa o país entre as 20 piores nações em relação ao contágio no mundo. A taxa de transmissão é um dos indicadores que ajudam no controle da epidemia, mas, para se manter baixa, precisa estar alinhada a outros elementos, como números de novos casos e óbitos, taxa de ocupação de leitos e dados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
De acordo com análise do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), são registrados 33.927 casos por dia. Em relação aos óbitos, a média diária está em 510. Na semana passada, a média móvel de mortes foi de 323, mas voltou a subir.
Estados
No Brasil, das 27 unidades federativas, 24 registram números acima de mil mortos pelo novo coronavírus. São Paulo (42.048) e Rio (22.539) são os dois estados com mais de 20 mil óbitos cada. Ainda acumulando mais de mil perdas pela covid-19 estão: Minas Gerais (9.990), Ceará (9.598), Pernambuco (9.019), Bahia (8.227), Pará (6.901), Rio Grande do Sul (6.768), Goiás (6.344), Paraná (6.107), Amazonas (4.876), Maranhão (4.279), Espírito Santo (4.224), Mato Grosso (4.071), Distrito Federal (3.920), Santa Catarina (3.701), Paraíba (3.288), Rio Grande do Norte (2.684), Piauí (2.617), Alagoas (2.334), Sergipe (2.300), Mato Grosso do Sul (1.757), Rondônia (1.553) e Tocantins (1.160). Apenas três estados registram menos de mil fatalidades pela covid-19 cada: Amapá (806), Roraima (727) e Acre (723).
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Aulas presenciais suspensas
No Rio de Janeiro, as aulas presenciais, na rede estadual, foram suspensas pela Secretaria de Educação em 12 municípios onde aumentaram os números relacionados à covid-19, recuando para as fases vermelha e laranja do plano de flexibilização. Na classificação de alto risco para a doença, Niterói, São Gonçalo e Itaboraí voltam a não poder receber estudantes a partir de amanhã. Também não haverá atividades pedagógicas nas escolas estaduais da capital fluminense e dos municípios de Angra dos Reis, Duque de Caxias, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Porto Real e Seropédica — que estão na classificação laranja e devem retomar o ensino remoto de forma exclusiva.
Anvisa analisa quatro vacinas
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisa se quatro candidatas à vacina seguem as exigências necessárias para distribuição e comercialização. Já enviaram os primeiros pacotes com dados os laboratórios Janssen-Cilag, divisão farmacêutica da Johnson & Johnson, Pfizer, CoronaVac e AstraZeneca.
Por enquanto, as farmacêuticas submeteram os documentos por meio do processo de submissão contínua, dinâmica autorizada pela Anvisa, no âmbita da pandemia, a fim de dar celeridade ao registro dos imunizantes no país. A mais recente inclusão foi a do Janssen, que enviou, na noite de sexta, o primeiro pacote referente aos dados de qualidade do produto. Dias antes, a farmacêutica Pfizer enviou os documentos dos testes clínicos referentes à BNT162b2.
A Anvisa tem até 20 dias para analisar os documentos, contados a partir da data do protocolo. Até o momento, o governo federal tem acordo assinado para compra da vacina produzida pela laboratório AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, no Reino Unido; e também integra o Covax Facility, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a distribuição de imunizantes licenciados. (BL)