Noite de terror

Polícia prende suspeitos de furtar dinheiro deixado na rua em Criciúma

Foram encontrados R$ 810 mil em um apartamento na cidade. Quatro homens foram levados à delegacia. Polícia investiga infratores que juntaram as cédulas deixadas na rua por assaltantes após assalto na cidade de Santa Catarina

Edis Henrique Peres*
Bruna Pauxis*
postado em 01/12/2020 13:33 / atualizado em 01/12/2020 16:00
 (crédito: Redes sociais)
(crédito: Redes sociais)

A polícia prendeu quatro homens que furtaram cédulas de dinheiro deixadas na rua após assalto em Criciúma (SC) na madrugada desta terça- feira (1º/12). Foram encontrados R$ 810 mil em dinheiro em um apartamento. A polícia militar prendeu os indivíduos — que alegam não ter nenhum envolvimento com os assaltantes que aterrorizaram a cidade nesta madrugada

O comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Criciúma, tenente-coronel Christian Dimitri, foi informado de que pessoas estariam juntando o dinheiro deixado pelos criminosos na rua, e afirmou que as cédulas serão rastreadas para encontrar os infratores.

A madrugada de caos em Criciúma deixou ao menos um policial e um vigilante feridos. Criminosos fortemente armados trocaram tiros com a força policial da cidade, arrombaram agências bancárias e caixas eletrônicos. Os bandidos também provocaram incêndios e fizeram reféns nas ruas do centro do município.

Agências visadas

A ação do grupo aconteceu principalmente no centro da cidade, onde os bancos são próximos uns dos outros. A polícia suspeita que eles tenham invadido agências da Caixa Econômica Federal, do Itaú, do Banco do Brasil e do Banrisul.

Os bandidos queimaram um veículo no túnel que liga Criciúma a Tubarão, bloqueando o contato terrestre com a capital Florianópolis e dificultando a chegada de reforço policial. Um caminhão foi incendiado na entrada de um quartel da Polícia Militar.

A PM tem apoio do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Choque, Batalhão de Aviação, Canil e Polícia Militar Rodoviária Estadual, junto às Equipes de Inteligência das Forças de Segurança Pública. A Polícia Civil do Estado também acionou policiais do Rio Grande do Sul e Paraná.

Maior roubo do estado

Em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira, o delegado Anselmo Cruz, da Polícia Civil, definiu o crime como o roubo de maiores proporções já ocorrido no estado de Santa Catarina. “É algo inédito uma ação deste tamanho. Estamos falando de pelo menos 30 criminosos, possivelmente 10 veículos e um farto armamento pesado. Identificamos, por exemplo, um armamento de calibre .50, de uso restrito das forças armadas, capaz de perfurar blindados e também utilizado como arma antiaérea”, disse.

Para o delegado, não há dúvida de que a ação foi arquitetada com meses de antecedência. “Houve muito planejamento, muito preparo e investimento dos criminosos, devido à antecedência e à logística que usaram. Já começamos o trabalho de investigação em busca de todos os elementos possíveis para se identificar todos os autores do crime. Imaginamos que a ação remete a grupos de fora de Santa Catarina, que possivelmente sejam os mesmos responsáveis por algumas das ações mais violentas no país ao longo dos últimos anos”, explicou.

Devido ao grande planejamento por parte dos criminosos, Cruz destacou, também, que a investigação levará tempo, pois se refere a um trabalho meticuloso. “Não se pode querer que a polícia consiga uma resposta em questão de horas ou de poucos dias. Na mesma proporção que foi planejado por eles, também é realizada a investigação nesse momento”, pontuou.

Como ajudar nas investigações

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), relatou que esse tipo de crime não é do feitio do estado, que desde 2019 diminuiu em 54% ações violentas contra instituições financeiras. E ressaltou que as pessoas podem ajudar na investigação. “É preciso esclarecer que a sociedade tem um papel muito importante na captura de informações e imagens, qualquer informação é importante e pode nos levar a algum indício desse episódio criminoso”.

Para prestar informações, basta procurar a Polícia Militar ou ligar no telefone 181, o disque denúncia da Polícia Civil. O delegado Anselmo Cruz ressaltou que todas as informações são conferidas e verificadas, e que essa ajuda da população pode agregar ao trabalho de investigação.

Perito-geral do Instituto Geral de Perícias, Giovani Eduardo Adriano explica que será necessário redesenhar o local do crime. “Vamos coletar tudo que for preciso, qualquer evidência. Se a população tiver qualquer informação, mesmo que não pareça importante, pedimos que nos forneça, pois através dela se pode chegar a um ponto crucial para a identificação dos autores do crime”.

*Estagiários sob a supervisão de Andreia Castro

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