Operação Involuto

Desvio de recursos do combate a covid-19 são investigados pela PF em São Paulo

Mandados de busca e apreensão são cumpridos em Hortolândia, Campinas, Indaiatuba, Santo André, São Paulo e Araras. Verba, de origem federal, seria usada na compra de máscaras e óculos

Agência Brasil
postado em 09/12/2020 09:55
 (crédito: Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil)
(crédito: Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A Polícia Federal (PF) cumpre, hoje (9/12), dez mandados de busca e apreensão, no estado de São Paulo, após deflagrar a Operação Involuto. No centro da investigação, está uma suspeita de desvio de recursos públicos destinados a aquisições de equipamentos de proteção à covid-19, no município de Hortolândia.

Os mandados são cumpridos em Hortolândia e também em Campinas, Indaiatuba, Santo André, São Paulo e Araras, todos expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região. De acordo com a PF, a verba, de origem federal, seria usada para a compra de máscaras e óculos de proteção.

Em investigação iniciada em setembro, as autoridades policiais identificaram quatro contratos de compra dos materiais, firmados no período de 18 a 23 de março. Em pelo menos dois deles, a cotação de preços favoreceu empresas controladas por integrantes de uma mesma família. A gestão municipal fechou contrato com um valor acima do praticado pelo mercado, ou seja, com superfaturamento.

Vínculos de amizade e parentesco

No total, quatro empresas foram selecionadas como fornecedoras dos insumos, sendo que os sócios mantêm vínculos de amizade e parentesco. A PF destaca ainda que uma das companhias atua no ramo de fabricação e/ou compra e venda de móveis e, portanto, não tem experiência com fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs).

"Além dos indícios de direcionamento das contratações em benefício de empresas específicas, o Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo constatou superfaturamento por parte dos fornecedores, totalizando prejuízo ao erário de R$ 724.620,00", diz a PF, em nota.

O termo Involuto deriva do latim e significa rosto coberto. O nome foi escolhido em alusão aos objetos dos contratos investigados (máscaras e óculos) e aos eventuais destinos ocultos dos recursos públicos.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.