Nesta quarta-feira (23/12), o Consórcio do Nordeste, grupo dos governadores de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe pediu ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a suspensão imediata de todos os voos com origem ou destino no Reino Unido, Dinamarca, Holanda e Austrália.
O ofício, decorrente da mais nova mutação do vírus identificada, sugere ainda que o governo federal solicite quarentena "para todos os passageiros que vierem dos demais países europeus e que, durante o período de isolamento, façam exames RT-PCR".
O governo de São Paulo anunciou, na terça-feira (22), novas restrições à atividade econômica não essencial, com o objetivo de controlar o avanço da pandemia nas próximas semanas. Todas as regiões do estado estão em alerta, devido à evolução de casos, internações e mortes em decorrência do novo coronavírus. O Plano São Paulo retorna à fase vermelha entre os dias 25 e 27 de dezembro e 1 e 3 de janeiro.
No período, somente poderão funcionar atividades essenciais, estando proibido o atendimento presencial em shoppings, lojas, concessionárias, escritórios, bares, restaurantes, academias, salões de beleza e estabelecimentos de eventos culturais. Continuarão liberados farmácias, mercados, padarias, postos de combustíveis, lavanderias e serviços de hotelaria.
Segundo dados da Secretaria da Saúde do estado, a taxa estadual de ocupação de UTIs atualmente é de 61,9%, com aumento para 67% na Grande São Paulo. Há 4.775 pessoas internadas na rede estadual em leitos de UTI e outras 6.215 em enfermarias. Desde o início da pandemia, São Paulo já registrou 1,39 milhão de casos de covid-19, que provocaram, até agora, mais de 45 mil mortes.
Outras unidades federativas também reforçaram as medidas restritivas. Confira a seguir:
Distrito Federal
No primeiro dia do mês de dezembro, o Governo do Distrito Federal (GDF) publicou o Decreto nº 41.535, que limita, até as 23h, as atividades em estabelecimentos de alimentação e lazer. A medida, que não tem data para acabar, foi assinada pelo governador Ibaneis Rocha e tem como justificativa a necessidade de evitar o aumento no número de casos e internações decorrentes da covid-19.
O decreto também reforça a continuidade de todos os protocolos e medidas de segurança do Decreto nº 40.939, de 2 de julho deste ano, como a obrigatoriedade do uso de máscara, distanciamento de pelo menos dois metros entre pessoas, higienização de cadeiras e mesas, além de organização de filas, entre outros.
Ceará
No Ceará, destino de muitos turistas nas férias de fim de ano, começou a valer, desde dia 15 deste mês, um decreto que estabelece regras para as festas de dezembro. Até o dia 4 de janeiro, os shoppings poderão funcionar até as 23h, festas estão proibidas e celebrações em casa devem ter, no máximo, 15 pessoas.
Desde o início da pandemia, 1.033.655 de casos já foram notificados no estado. Fortaleza, a capital, concentra os maiores números absolutos: 78.139 diagnósticos positivos e 4.142 óbitos.
Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro também está em uma situação delicada. Acabou, no dia 18 de dezembro, o prazo estabelecido pela Justiça para a prefeitura do Rio adotar as medidas de isolamento mais restritivas no combate à covid-19. A ação pede que pede que, com aumento do número de casos, a prefeitura leve em consideração o que foi determinado pelo seu próprio comitê científico. Em caso de descumprimento, o prefeito terá que pagar multa diária de R$ 50 mil.
No último dia 2, o comitê sugeriu diversas limitações para conter o avanço do vírus. Entre as medidas estão o funcionamento de bares e restaurantes apenas até as 22h; fechamento de escolas e creches municipais; proibição de pistas de dança, eventos, feiras de negócio e exposições; fechamento de praias e proibição de prática de esportes na orla; fiscalização do transporte público e redução de capacidade de ônibus, trens e metrôs em 50%.
A prefeitura afirmou, por meio de nota, que está atenta e monitora os casos de na cidade. O órgão informou, inclusive, que cancelou o Réveillon oficial da cidade, proibiu as festas privadas nos quiosques da orla e ressaltou que as aglomerações continuam proibidas, e as regras de ouro seguem em vigor.
Rio Grande do Sul
O governo do Rio Grande do Sul publicou, na terça-feira passada (15), novo decreto estadual. O documento retoma o sistema de cogestão e atualiza os protocolos do modelo de distanciamento controlado no estado. O sistema, que permite que as regiões adotem protocolos próprios, estava suspenso desde a publicação do decreto nº 55.609, no início de dezembro.
As mudanças aconteceram após a unidade federativa registrar pela primeira vez, desde o início da pandemia, duas regiões em bandeira preta: Bagé, na Fronteira, e Pelotas, no Sul. Nessa terça (22), a Secretaria Estadual da Saúde (SES) registrou 101 óbitos relacionados à covid-19. É a primeira vez que o número diário de novas vítimas supera a casa de uma centena. Ao todo, no estado, 8.260 pessoas morreram em razão da doença.
Na semana do Natal, o Rio Grande do Sul tem 20 regiões em bandeira vermelha (risco alto) e uma em laranja para infecção da covid-19. A informação, divulgada nesta segunda-feira (21) pelo governo no mapa definitivo da 33ª rodada do Distanciamento Controlado, deixou apenas a área de Guaíba como risco médio para contaminação do vírus.
As regiões em bandeira vermelha são: Porto Alegre, Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Canoas, Capão da Canoa, Caxias do Sul, Erechim, Ijuí, Lajeado, Novo Hamburgo, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Santo Ângelo, Taquara e Uruguaiana.
Aeroportos e rodoviárias
Segundo estimativa da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o número de pessoas que usarão seus terminais durante as festas de fim de ano será 41% menor do que no ano passado.
Os dados da empresa sugerem que, durante as festas de fim de ano de 2019, 3,27 milhões de usuários passaram pelos aeroportos administrados pela empresa, que responde por cerca de 30% da movimentação de passageiros no país. A previsão é que, no mesmo período, este ano, ocorram 16,4 mil pousos e decolagens. Os dias de maior movimento devem ocorrer entre 21 e 23 de dezembro e 4 de janeiro, quando muitas pessoas retornam das festas.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a partir da segunda quinzena de dezembro e até o fim do mês, a média diária de decolagens previstas para ocorrer em todos os aeroportos estará entre 72% e 70% em relação às semanas anteriores à confirmação da presença do novo coronavírus no Brasil.
A movimentação nas rodoviárias, mesmo menor do que o registrado antes da pandemia, ainda é alta para um período de isolamento social. Nas cidades que atraem mais turistas, as previsões são de movimentação maior nas duas últimas semanas do ano. O Terminal Rodoviário Engenheiro São José, em Fortaleza (CE), por exemplo, irá realizar 268 viagens a mais para contemplar a demanda do público.
O local registrou queda de 32% na quantidade de viagens em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, em relação à média registrada no início de dezembro, o Terminal registra aumento de 82%, conforme a Agência Reguladora do Estado do Ceará (Arce).
Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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