pandemia

País bate 190 mil mortes

Maria Eduarda Cardim
postado em 25/12/2020 23:02

O Brasil ultrapassou, ontem, no feriado de Natal, a marca de 190 mil mortes pelo novo coronavírus. Com o acréscimo de 482 óbitos registrados pelo Ministério da Saúde, o país soma 190.488 vidas perdidas desde o início da pandemia. Com mais 22.967 diagnósticos positivos da doença, 7.448.560 de pessoas já foram infectadas pelo Sars-CoV-2. As atualizações diárias dessa quinta-feira não contaram com os dados do Ceará, que alegou problemas técnicos da Secretaria de Saúde do estado.

Com os novos acréscimos, a média móvel de casos e mortes caiu. De acordo com análise do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), o Brasil confirma, em média, 40.797 infecções e 691 mortes por dia. No entanto, apesar da queda, nesta semana, o indicativo bateu recorde quando a média móvel de casos atingiu a marca de 49.827 casos, a maior desde o início da pandemia do novo coronavírus.

O ritmo faz com que o país fique cada vez mais próximo das 200 mil mortes, marca negativa que, no mundo, apenas os Estados Unidos ultrapassaram. São 329.798 óbitos pela covid-19, segundo a Universidade Johns Hopkins. De acordo com o Portal Covid-19 Brasil, iniciativa formada por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de São Paulo (USP), o Brasil deve atingir a marca ainda no início de janeiro.

Hoje, o país fechará a 52ª semana epidemiológica e, para superar a última concluída, a 51ª, precisaria registrar 97.623 diagnósticos positivos e 1.101 mortes em 24 horas. Portanto, segundo análise do Correio, o país deve fechar a 52ª com redução dos números em relação aos contabilizados na última semana. Desde a 45ª semana, o Brasil observa aumento nos números entre as semanas epidemiológicas. No entanto, a diminuição pode estar relacionada com a suspensão das análises por causa do feriado de Natal.

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Restrições de viagem

A Anvisa realizou, na madrugada de ontem, uma ação de fiscalização e acompanhamento no último voo proveniente do Reino Unido antes do início das restrições previstas na Portaria nº648/2020, que já estão valendo. O voo chegou ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A ação faz parte das medidas de prevenção diante da informação de que uma variante do vírus da covid-19 está em circulação naquele país. Os procedimentos de desembarque foram acompanhados por fiscais da Anvisa e delegados da Receita Federal e Polícia Federal. Também motivada pela mutação do vírus Sars-CoV-2, a Argentina recuou e voltou a barrar a entrada de brasileiros até 8 de janeiro. O governo argentino anunciou mudanças nos procedimentos para a entrada de visitantes de países vizinhos e de argentinos que tenham viajado ao exterior.

"Não esperamos 90% de eficácia da CoronaVac"

Ao contrário do reportado pelo governo da Turquia, no Brasil, a vacina CoronaVac não atingiu 90% de eficácia nos estudos de fase 3. A informação foi dada pelo secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, na quinta-feira, durante entrevista à Rádio CBN, um dia após o Instituto Butantan indicar que não divulgaria os números de eficácia por questões contratuais. Ele reforçou que o imunizante atingiu o patamar mínimo exigido de 50%, mas não revelou o percentual alcançado pelo produto.

“Não esperamos 90% e 92% (eficácia), quando atingimos isso dizemos que bom que isso aconteceu. Se obtiver perfis menores nem por isso menos eficaz”, afirmou Gorinchteyn.

Segundo especialistas, diversas explicações podem justificar a diferença entre um estudo e outro. “Existe uma série de razões metodológicas de porque um estudo feito em um país pode ter eficácia diferente de um feito em outra nação. Para poder dizer mais e ter mais consistência da razão pela qual parece haver uma diferença, precisamos dos dados detalhados”, explica Victor Bertollo, infectologista do Hospital Anchieta de Brasília.

O intervalo entre a primeira e a segunda doses, a faixa etária dos participantes e as comorbidades presentes no grupo testado podem variar entre uma população estudada e outra, por exemplo. Segundo ele, todas são possíveis razões para justificar a diferença na eficácia.

Bertollo reforça que sem os dados publicados da eficácia da vacina, contudo, “só podemos especular. Precisamos, de fato, da descrição de como foi a metodologia do estudo, qual foi a população incluída, para poder levantar hipóteses mais precisas”, sugere.

Uniformização
O infectologista ressalta que a compilação dos dados dos diferentes estudos é importante para uma melhor interpretação. Na última quarta-feira, o Instituto Butantan indicou que a farmacêutica chinesa Sinovac pediu que não houvesse a divulgação dos dados de eficácia da vacina no Brasil para fazer uma uniformização de dados, já que os estudos clínicos da CoronaVac ocorrem em diferentes lugares.

“Se estiver ocorrendo diferenças muito grandes de eficácia entre os países, por exemplo, eles precisam entender quais os fatores que levaram a isso”, indica Bertollo. (MEC)

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