CORONAVÍRUS

Ministério diz assegurar 354 milhões de doses contra a covid em 2021

Para isso, o governo federal conta com a vacina da Astrazeneca, da Coronavac e doses da aliança Covax Facility. A pasta não descarta, ainda, a aquisição de iniciativas como Janssen, Pfizer e Moderna

Bruna Lima
postado em 07/01/2021 22:28
 (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Após garantir a compra das doses da CoronaVac, o governo federal informou que assegura o fornecimento de 354 milhões de doses de vacinas ao longo de 2021. O maior montante continua sendo através da candidata da AstraZeneca com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O primeiro lote com 2 milhões de unidades prontas, vindas da Índia, deve chegar em até dez dias, como confirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia.

Por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), a fundação planeja entregar 110,4 milhões de doses ainda no primeiro semestre para serem incorporadas ao PNI. Outras 110 milhões são planejadas para o segundo semestre. Outras 42,5 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca podem vir, ainda, por meio da aliança multilateral Covax Facility, já que a iniciativa é a mais avançada dentro daquelas que incorporam o mecanismo.

Outras três candidatas foram citadas como possíveis de incorporação ao Programa Nacional de Imunização (PNI): a vacina da Janssen, a da Pfizer e a da Moderna. No entanto, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, frisou: "Se não for fabricada no Brasil, são oferecidas quantidades ínfimas em comparação à demanda do nosso país. Ou fabrica no país, ou não tem vacina [suficiente]".

Segundo Pazuello, a farmacêutica Janssen tem uma das propostas mais plausíveis. "Bom preço, apenas uma dose, e eficácia. Estamos negociando a compra e aguardando o registro". O problema é que só serão ofertadas 3 milhões de doses no segundo trimestre e até outras 10 milhões até o fim do ano, segundo o ministro.

"Vamos comprar?"

Já a Moderna, de acordo com Pazuello, promete entregar 30 milhões de doses apenas em outubro, ao valor de U$ 37 cada. Essa situação levou o ministro a questionar: "Vamos comprar?". O maior imbróglio, no entanto, gira em torno da Pfizer que, na análise de Pazuello, fez uma forte campanha e tem conseguido destaque, mas não é vantajosa ao país. Ele criticou as exigências, citando a "isenção eterna de efeitos colaterais advindos e jogando toda a responsabilidade ao governo brasileiro".

O ministro pontuou, ainda, que a quantidade de 10 milhões de doses no primeiro semestre não atende à demanda do país e que seria necessário que o Brasil entrasse com o diluente, produto que compõe a vacina, além de toda a estratégia mais sofisticada de rede de frios.

"Isso tudo, obviamente, faz com que a gente não consiga contratar a Pfizer. Mas não paramos de negociar", afirmou Pazuello, acrescentando que a tentativa tenta fazer com que a farmacêutica dê "o tratamento compatível com o nosso país, que amenize as cláusulas".

Irritado pelas críticas sobre os atrasos para iniciar a vacinação, Pazuello negou que o Brasil esteja para trás. "Hoje e todo dia, a imprensa fala que o Brasil está atrasado. O mundo não vacinou o efetivo do Rio de Janeiro. O mundo ainda não tem registro definitivo de vacinas, tem autorização de uso emergencial".
No mundo, 46 países já iniciaram a imunização contra a covid-19, totalizando 15,56 milhões de doses aplicadas até ontem, segundo levantamento do Our World in Data.

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