Kicis: Brasil não errou com a China

Edis Henrique Peres*
postado em 21/01/2021 22:23 / atualizado em 22/01/2021 03:15
 (crédito: anaray)
(crédito: anaray)

Para a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), uma das mais fieis apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, o governo não errou ao criticar a China e ao se alinhar aos Estados Unidos, contra uma proposta da Índia e da África do Sul, para a suspensão de patentes –– o que causou ruído com os dois países e prejudicou o começo da campanha de vacinação contra a covid-19. Em entrevista, ontem, ao CB.Poder –– parceria entre o Correio e a TV Brasília ––, ela disse que “é preciso correr atrás dos insumos da vacina, mas não podemos ceder a nenhuma chantagem”. Minutos antes, o governo indiano anunciara a remessa de dois milhões de doses da vacina Oxford/Astra Zeneca, produzida pelo Instituto Serum — quase uma semana depois de o governo mobilizar um avião para trazer a carga, que deveria ter chegado ao Brasil domingo passado.

Segundo ela, a suposta pressão do governo chinês para a saída do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, não deve ser atendida. “Seria um absurdo total, um país querer interferir nos agentes políticos de outro país soberano”, disse. Ela acrescentou que o governo federal deixou claro que é o único interlocutor com Pequim, apesar de o embaixador daquele país, Yang Wanming, ter se reunido, primeiramente, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tratar da remessa do princípio ativo para a reprodução da vacina Oxford/ AstraZeneca pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Quem aprecia a democracia não pode gostar de um regime arbitrário e tirano. Mas, independentemente disso, fazemos negócios”, salientou a deputada. Para ela, a vacinação contra a covid-19 no Brasil se politizou não por culpa de Bolsonaro, mas do governador de São Paulo, João Doria. “Eu vejo que quem iniciou essa questão de politização da vacina foi o governador, atacando o presidente enquanto o governo estava fazendo a sua parte”, afirmou.

Kicis lembrou que, em agosto de 2020, o governo baixou a medida provisória destinando quase R$ 2 bilhões para a Fiocruz desenvolver a vacina de Oxford. “Depois, em dezembro, foi feita uma nova medida, que destinou R$ 20 bilhões para que o Brasil pudesse adquirir vacinas de qualquer país que fosse, desde que aprovado pela Anvisa. E, em janeiro, nova MP para facilitar a aquisição de insumos”, explicou.

Indagada se vai tomar alguma dose das vacinas contra a covid-19 que deverão estar disponíveis, a deputada disse que não. “A princípio, não vou me vacinar porque eu não me sinto segura. Mas isso é uma questão muito pessoal. Posso até mudar de ideia após de observar o comportamento das pessoas que tomarem a vacina. Mas a minha questão sempre foi contra a vacinação obrigatória”, observou.

*Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi

 

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