CoronaVac

Governos de SP e federal disputam autoria nas negociações com a China

Enquanto o Ministério da Saúde defende o avanço nas liberações "graças à ação diplomática do governo federal", a gestão paulista rebate que "não é verdade" o protagonismo do Planalto

Bruna Lima
Maria Eduarda Cardim
postado em 25/01/2021 19:34
 (crédito: Ed Alves/CB/DA Press)
(crédito: Ed Alves/CB/DA Press)

Enquanto o Planalto insiste em reivindicar a autoria dos esforços para fazer chegar mais doses da CoronaVac ao Brasil, o governo de São Paulo reitera que não houve, por parte das instâncias federais "participação na liberação de insumos chineses para a vacina do Butantan". Pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a importação de 5,4 mil litros de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), atribuindo o empenho aos ministros da Saúde, Relações Exteriores e Agricultura.

Segundo Bolsonaro, o produto já está liberado e "em área aeroportuária para pronto envio ao Brasil, chegando nos próximos dias", escreveu o mandatário. O Instituto Butantan confirmou a autorização mas, o governo de SP alegou que os ingredientes "não estão no aeroporto conforme equivocadamente publicado pelo Presidente da República, mas sim nas instalações da Sinovac, em Pequim".

A pasta paulista também foi enfática ao atribuir às liberações por iniciativa do próprio estado. "Todo o processo de negociação com o governo chinês [...] para a vacina do Butantan foi realizado pelo instituto e pelo governo de São Paulo", com articulações que começaram em maio de 2020.

"Esta negociação é contínua e nunca foi interrompida, mesmo quando o governo federal, através do presidente da República, anunciou publicamente em mais de uma ocasião, que não iria adquirir a vacina por causa de sua origem chinesa", critica a nota paulista.

O embate continuou também pela nota oficial divulgada pelo próprio Ministério da Saúde, reiterando o papel da esfera federal. "A continuidade do recebimento dos insumos para a fabricação das vacinas pelo Butantan voltou à normalidade, graças à ação diplomática do governo federal com o governo chinês, por intermédio da Embaixada Chinesa no Brasil. Fica aqui o nosso agradecimento a todos que ajudaram nessa liberação", disse, ainda, o ministro Eduardo Pazuello, em vídeo gravado nesta segunda-feira (25/1).

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