O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta sexta-feira (29/1) que transferir 1,5 mil pacientes do Amazonas para ouros estados é a única solução para evitar mortes. As afirmações foram feitas durante cerimônia em Manaus para receber profissionais do Programa Mais Médicos. Pazuello está na capital amazonense desde o último sábado (23). De acordo com ele, não há leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) suficientes para atender a demanda local.
“Se nós não removermos 1,5 mil pessoas do atendimento especializado, vão continuar morrendo 80 a 100 pessoas por dia, porque não há UTIs, e não se cria UTI da hora para noite (sic). E quem já está na fila, não é removido. Estamos recomendando quem está (com caso) leve e médio para não chegar na fila de UTI”, afirmou.
De acordo com ele, já foram removidas 320 pessoas de Manaus, mas sem a transferência de mais 1,5 mil, não será possível estabilizar o impacto do aumento de casos na rede de atendimento especializada. “A remoção é a única solução para diminuir o impacto da fila sobre atenção especializada”, afirmou.
O ministro disse que o sistema de saúde do estado tem um atendimento básico que mostra deficiência há algum tempo. Ao mesmo tempo, a rede hospitalar funciona com ocupação acima de 75%. “Estamos trabalhando para estabilizar o oxigênio, que está estável, novos leitos, equipamentos, recursos humanos, e, com isso, o aumento da capacidade do atendimento especializado, mas isso não vai resolver. o que vai resolver nesse momento, a etapa do atendimento especializado, é a remoção”, afirmou.
O sistema de saúde do Amazonas entrou em colapso em 14 de fevereiro, com falta de cilindros de oxigênio nos hospitais e morte de pacientes nas filas.
Nova variante
Durante o pronunciamento, Pazuello ainda problematizou o aparecimento de uma nova linhagem de coronavírus que, segundo ele, gera um "contágio até três vezes mais rápido". O ministro fez referência à P.1, nova cepa originada de Manaus, como sugerem as análises da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
"Para piorar, Manaus foi premiada com a nova linhagem (...) identificada agora no final de ano", disse o general. Ele afirmou que não é possível prever as mudanças nem se a variante será mais agressiva. "Temos que estar preparados para a pior hipótese."
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