Covid-19

Japão encontra nova variante do coronavírus em viajantes brasileiros

Mutação é diferente das que já circulam pelo Reino Unido e África do Sul, que levaram à disparada de casos nesses países. Passageiros são do estado do Amazonas

Quatro viajantes brasileiros chegaram ao Japão contaminados por uma nova variante do coronavírus. Eles desembarcaram em Tóquio, no aeroporto Haneda, logo depois da virada de ano, em 2 de janeiro. Entretanto, o Ministério da Saúde do país só anunciou a descoberta neste domingo (10/1).
Essa mutação é diferente das outras duas encontradas no Reino Unido e na África do Sul. Ambas provocaram disparada de casos da covid-19 nos países em que se originaram, mas ainda não há informações sobre uma possível cepa brasileira. Um oficial do Ministério da Saúde do Japão declarou que estão sendo realizados testes para determinar a eficácia das vacinas contra a variação.
"Até o momento, não há indícios que mostram que a nova variante encontrada nos brasileiros é altamente infecciosa", disse Takaji Wakita, chefe do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão. Os viajantes brasileiros são do estado do Amazonas e apresentam diferentes sintomas.
Dos quatro, dois adolescentes tiveram mais sorte: uma não apresentou sintomas e outro teve apenas febre, diz o relatório do governo do Japão. Por outro lado, uma mulher de cerca de 30 anos teve dor de cabeça e garganta, e um homem de cerca de 40 anos de idade apresentou problemas respiratórios.
O Japão já registrou quase 290 mil casos da covid-19 e soma mais de 4 mil mortos pela doença. Após o crescimento do índice de novos casos, foi declarado estado de emergência em Tóquio e cidades do entorno na última quinta-/feira (7/1).

Mutações

As variantes do coronavírus originárias do Reino Unido e da África do Sul compartilham uma mutação comum chamada N501Y, uma leve alteração na proteína spike que envolve o vírus. Acredita-se que essa mudança é a razão pela qual eles se disseminam tão rapidamente. A variante já foi detectada em São Paulo, em dezembro. A maior parte das vacinas sendo lançadas no mundo treina o corpo para reconhecer essa proteína e combatê-la.
Nesta semana, a farmacêutica Pfizer divulgou os resultados de um estudo que mostrou a eficácia da vacina da empresa contra 16 novas variantes. No entanto, a pesquisa ainda precisa incluir outras mutações. Na África do Sul, por exemplo, a variante tem uma mutação adicional, chamada E484K, já identificada em amostras no Rio de Janeiro e Bahia. A A E484K não estava entre as testadas na pesquisa. A farmacêutica diz que ela é a próxima da lista.
O caso registrado na Bahia é de uma profissional de saúde que foi reinfectada pelo coronavírus em outubro. Ela não tinha histórico de viagem à África do Sul e também revelou aos pesquisadores não saber se alguém com quem teve contato esteve no país.
 Com informações da Agência Estado.