Na contramão do mundo, o Brasil segue ampliando a lista de contaminados e de mortos pela covid-19. A doença deixa um rastro de destruição no país que já acumula mais de 10 milhões casos e se aproxima da trágica marca de 245 mil mortos. Nesta segunda-feira (18/2) foram registrados 51.879 novos casos positivos para coronavírus e 1.367 mortes. Os resultados deixam o Brasil no 4° lugar do ranking da Our World In Data de países com mais mortes causadas pela covid-19.
De acordo com o levantamento semanal da OMS publicado na última terça-feira (16/2), foram 81 mil mortes durante a semana, 10% a menos que nos sete dias anteriores. No Brasil, portanto, a média móvel tem aumentado e chegou ao resultado de 1,05 mil casos fatais nesta quinta-feira. No acumulado, são 243.457 óbitos e 10.030.626 milhões de casos.
Para especialistas, a situação pode ser ainda pior nos próximos dias e os resultados de aglomerações clandestinas durante o feriado de carnaval podem aumentar, ainda mais, os casos da doença. "Em janeiro, foi detectado um aumento de casos que estava ligado às festas de fim de ano. Espera-se que tenhamos um reflexo do carnaval daqui 15, 20 dias mais ou menos, porque acabou tendo aglomeração, teve festas clandestinas e situações de exposição que não deveriam ter acontecido", ressalta o infectologista do Hospital das Forças Armadas (HFA) Hemerson Luz.
Os blocos de carnaval foram proibidos na intenção de evitar novas contaminações causadas pelo vírus, mas isso não impediu encontros clandestinos e superlotações em praias do Brasil e quem pode sofrer com isso é o sistema de saúde do país. "Uma vez que há um número maior de pessoas procurando atendimento médico o que gera o grande risco de um colapso no sistema, se não forem observadas taxas como a de ocupação de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs)", explica Hemerson.
Para a médica infectologista do Hospital de Águas Claras Ana Helena Germoglio, a soma de novas cepas ao mau comportamento da população é "a equação correta de uma tragédia".
"Isso é terrível para a população e para quem é profissional da saúde, imagina para quem é parente dessas vítimas? Elas também eram especiais para alguém", reflete a infectologista. Germoglio ainda esclarece que cobrar das autoridades não é o único dever da população se a maioria ainda "usa máscara no queixo e lota barzinho todo fim de semana".
Para a especialista, o cuidado vai além das proibições impostas pelos governos. "Não é só no carnaval e no final do ano, existem movimentos que não são errados (pelas autoridades) mas são imorais. Reunir com os amigos no restaurante e em casa deve, sim, ser evitado", finaliza.
*Estagiárias sob a supervisão de Vicente Nunes
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