Inédito

Gêmeas de Minas Gerais são as primeiras do mundo a ter sexo redesignado

Quase 20 anos vivendo com o sexo biológico masculino, as gêmeas idênticas passaram pela cirurgia de redesignação sexual em hospital de Blumenau (SC)

Renato Manfrim - Especial para o Estado de Minas
postado em 24/02/2021 09:02 / atualizado em 24/02/2021 10:23
 (crédito: Redes Sociais/Divulgação)
(crédito: Redes Sociais/Divulgação)

As araxaenses Mayla Phoebe Rezende e Sofia Albuquerck Ferreira, de 19 anos, foram as primeiras gêmeas trans do mundo a realizar a cirurgia de redesignação sexual ou readequação genital, dizem médicos.

Trata-se da operação popularmente conhecida como "mudança de sexo", termo considerado inadequado pela comunidade LGBTQI+.

No Hospital Santo Antônio, em Blumenau (SC), Mayla passou pela procedimento no último dia 10 de fevereiro. Já Sofia, foi operada no dia seguinte.

Segundo informações da equipe médica do hospital catarinense, a realização desse tipo de cirurgia em gêmeas idênticas é inédita. As mineiras iniciaram o processo de transição com hormônios por volta dos 15 anos.

Pelas redes sociais, Mayla contou que ela e a irmã nasceram em Araxá, mas foram criadas em Tapira, a cerca de 40 quilômetros da cidade. “Sou técnica em enfermagem e atualmente curso medicina em Buenos Aires, enquanto ela estuda engenharia civil. Sempre fizemos tudo juntas e realizamos recentemente o nosso grande sonho: fazer a cirurgia de redesignação sexual”, comemorou.

Mayla disse ainda que ela e Sofia se sentem privilegiadas e querem que isso chame atenção das pessoas para que a cirurgia se torne mais acessível no sistema público e na rede privada.

“Desde pequenas, quando soubemos que se tratava de um órgão do sexo masculino, não queríamos tê-lo em nosso corpo. Quando eu o via, sentia que não era meu. Sofremos muito por causa da nossa escolha", desabafou a jovem.

"Mas me sinto realizada, liberta. Foi tudo com a permissão de Deus, desde os meus três anos de idade eu peço para Deus me transformar em uma menina e creio que ele nos abençoou até aqui”, complementou.

Para viabilizar a operação, a família das araxaenses precisou vender um imóvel. “Meus pais sempre entenderam e nos apoiaram. Nós somos mulheres, mas nascemos no corpo errado. Agora estamos livres”, celebrou Mayla.

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