VACINAÇÃO CONTRA COVID-19

Produção da Sputnik V deve começar em abril, dizem governadores

Governadores visitaram a fábrica da União Química na manhã desta terça-feira (2/3) e conversaram com representantes da farmacêutica e do Ministério da Saúde sobre a compra de doses da vacina russa

Luiz Calcagno
Israel Medeiros
postado em 02/03/2021 15:54 / atualizado em 02/03/2021 16:25
 (crédito: AFP / Natalia KOLESNIKOVA)
(crédito: AFP / Natalia KOLESNIKOVA)

A produção da vacina russa Sputnik V em solo brasileiro deverá começar em abril. Foi o que revelaram governadores que estiveram, na manhã desta terça-feira (2/3), na fábrica da farmacêutica União Química em Brasília, responsável pela produção do imunizante no país. A empresa entrou com pedido de uso emergencial da Sputnik V para 10 milhões de doses, que já foram compradas pelo Ministério da Saúde.

De acordo com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), a farmacêutica afirmou que pretende concluir, ainda esta semana, a entrega de documentação que permitirá a continuidade da análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo o órgão, o pedido de anuência do estudo ainda está em avaliação. Por isso, a Sputnik V ainda não é considerada como uma vacina em teste no Brasil.

"Eles entregaram o pedido para uso emergencial da Sputnik V no dia 15 de janeiro, mas foi suspenso no dia seguinte. Desde então, apresentaram um relatório com um conjunto de medidas e informações. Esperam esta semana concluir essa parte", detalhou o político, que é coordenador da temática vacinação do Fórum Nacional de Governadores.

Dias afirmou que há uma equipe russa que está finalizando os trâmites para transferência da tecnologia necessária para produzir doses no país. "Estão com uma equipe da Rússia aqui que está finalizando a transferência de tecnologia para que eles tenham autorização da Gamaleya – que é a empresa farmacêutica russa –, para produzir o insumo farmacêutico IFA. Isso, segundo eles, deve ser concluído neste mês de março com condições de começar a produção em abril", revelou.

O governador do Piauí afirmou também que o assessor especial do ministro Eduardo Pazuello, Airton Soligo, estava presente na reunião, representando o Ministério da Saúde. O pedido dos governadores, segundo Dias, é que se tenha agilidade. Ele ressaltou que o cronograma de chegada das 10 milhões de doses que seriam aplicadas em caráter emergencial está marcada para março ou abril, destacando a importância dos imunizantes no momento atual.

Dias revelou que o laboratório afirma ser capaz de produzir oito milhões de doses por mês. "Queremos saber quantas poderão ser entregues em abril, maio, junho, pelo menos até agosto. Esse ponto é importante para a tomada da decisão de compra", afirmou. Segundo o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), os governadores se dispuseram a comprar as doses, mesmo que sejam colocadas no PNI.

"As 10 milhões de doses previstas para março e abril já foram compradas pelo Ministério da Saúde. Eles estão se organizando para produzir mais oito milhões de doses por mês e nós, governadores, estamos nos colocando à disposição para comprar essas vacinas, mesmo que sejam colocadas no PNI com posterior devolução pelo governo federal. Para que nós possamos, o mais rápido possível, aumentar o índice de vacinação em todo o país", afirmou.

Anvisa

Antes da reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o governador do Piauí, Wellington Dias, falou também sobre a rapidez da Anvisa para aprovar o uso de vacinas. "Temos vacinas já aprovadas por outras agências reguladoras e estão sendo aplicadas em outros 30, 40 países. Será que todo mundo é irresponsável? Eu compreendo a confiança que temos na Anvisa, mas acredito que ela precisa ter a condição de examinar a realidade brasileira. Quantas pessoas vão morrer nos próximos 30, 60 dias por não terem tido a oportunidade de imunização?"

"Temos várias vacinas, como a Pfizer, a Jansen, que já dizem ter disponibilidade. Mesmo um pouco ali, ou ali. Mas cada vacina que chega é uma vida salva. E isso que é importante para o Brasil", acrescentou o governador do Piauí.

Dias falou que o representante do Ministério da Saúde, Airton Soligo, assegurou aos governadores que toda vacina que estiver pronta e disponível para entrega no Brasil deverá compor o Plano Nacional de Imunização. "Nós afirmamos também a mesma posição por parte dos governos estaduais", disse.

"Eles entregaram o pedido para uso emergencial da Sputnik V no dia 15 de janeiro, mas foi suspenso no dia seguinte. Desde então, apresentaram um relatório com um conjunto de medidas e informações. Esperam esta semana concluir essa parte", detalhou o político, que é coordenador da temática vacinação do Fórum Nacional de Governadores. 


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