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Em novo recorde, covid-19 mata 1.910 brasileiros em 24 horas

Brasil se aproxima da marca de dois mil óbitos diários em decorrência do contágio pelo novo coronavírus. O país já passa dos 70 mil casos.

Natália Bosco*
Carinne Souza*
postado em 03/03/2021 18:45 / atualizado em 03/03/2021 19:33
 (crédito: AFP / Michael DANTAS)
(crédito: AFP / Michael DANTAS)

Por dois dias consecutivos, o Brasil tem recorde nos registros de mortes decorrentes da covid-19 no país. De acordo com o Ministério da Saúde, 1.910 pessoas foram vítimas da doença nas últimas 24 horas. O resultado deixa o Brasil próximo das 260 mil mortes, já são 259.271 óbitos no acumulado. É uma vítima da covid-19 a cada 45 segundos.

A quarta-feira (03/03) também chegou ao recorde de casos confirmados em 24 horas, ainda de acordo com o Conass, foram 71.704 resultados positivos para o novo coronavírus. No acumulado, são 10.718.630 infecções

O país vive, agora, o pior momento desde o início da pandemia. De acordo com o Our World in Data, desenvolvido pela Universidade de Oxford em conjunto com outras diversas instituições educacionais, e que avalia a pandemia no mundo, o Brasil é o segundo país com mais mortes causadas pela covid-19 no ranking mundial. Fica atrás apenas de Estados Unidos que já registrou 516.581 vítimas da doença. A previsão, ainda, é de um cenário pior para as próximas semanas.

Março trágico

O professor do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP) Eliseu Alves Waldman afirmou que se nenhuma medida drástica for tomada, o Brasil pode, rapidamente, atingir a média móvel de 2.000 óbitos diários. “Tem que ter uma unidade de discurso no país todo para que haja maior adesão por parte da população (no combate e prevenção à covid-19), porque se a população não aderir a um lockdown por ao menos 14 dias, o que nos espera já é sabido”, disse. Na avaliação de Waldman, o mês de março será "trágico" se não houver medidas preventivas mais severas.

Waldman comentou sobre acontecimentos que provocaram um crescimento acelerado no número de contágios pelo novo coronavírus. “Em outubro, nós tivemos eleições municipais com grande movimentação, muitas aglomerações em todo país. Depois, festas de fim de ano, aglomeração em centros comerciais. Desde o começo de novembro, estamos com um aumento constante e expressivo.”

O médico citou cidades e regiões que enfrentam grandes problemas nos sistemas de saúde. Porto Alegre, Florianópolis, o Triângulo Mineiro e municípios no interior de São Paulo foram locais mencionados. E lamentou a ausência de uma política nacional de combate à covid-19.

Ele ressaltou, ainda as limitações da vacinação em um cenário crítico. “A vacina não dá uma resposta tão rápida em situações como a que estamos hoje. Além disso, provavelmente teremos a vacina a conta gotas até junho ou julho. O que sobra é o distanciamento social. Se isso não for feito, e rapidamente, a gente sabe bem o que vai acontecer”, concluiu.


*Estagiárias sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza 

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