Pandemia

Ao Congresso, Pazuello diz que o país receberá 200 milhões de doses

Em ofício encaminhado ao parlamento, titular do ministério da Saúde prevê remessa substancial de imunizantes, em contratos já fechados com o Butantan, Fiocruz e o Covax Facility

Fernanda Strickland
Carinne Souza*
postado em 11/03/2021 22:59 / atualizado em 11/03/2021 23:01
 (crédito: Evaristo Sá/AFP)
(crédito: Evaristo Sá/AFP)

Após cobranças do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello entregou, hoje (11/03), ao Congresso Nacional ofício com o cronograma de vacinação no país. O documento prevê, 201,1 milhões de doses ainda para o primeiro semestre deste ano, entre doses importadas e produzidas em território nacional.

No documento em que Pazuello endereçou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o ministro reafirma a prioridade da pasta para a aquisição de mais vacinas para ampliar a vacinação contra a covid-19 no país, em andamento desde o dia 18 de janeiro. “O acesso a vacinas seguras e eficazes para enfrentamento da pandemia é prioridade do Ministério da Saúde, visto que a vacinação tem o potencial de prevenir e conter a transmissão do coronavírus”, disse.

Entre as doses previstas até para o mês de julho, estão incluídas as importadas e produzidas pela AstraZeneca/Fiocruz (108,4 milhões de doses) e SinoVac/Butantan (64,5 milhões de doses). O contrato também prevê os imunizantes entregues pelo consórcio mundial Covax Facility, este, visualiza entrega de 20 milhões de doses da Covaxin/Barat Biotech/IND importadas da Índia pela Precisa Medicamentos ainda para o primeiro semestre.

Impasses na entrega

Para este mês, a previsão é de 30 milhões de vacinas para a pasta. Com 3,8 milhões entregues em uma única remessa pela Fiocruz; 2,9 milhões pelo Covax, com vacinas da AstraZeneca/Oxford importadas da Coreia do Sul e as demais em entregas semanais feitas pelo Butantan. O ministro ainda afirmou, no documento, que não há atraso no cronograma, mas lista possíveis impasses nas entregas.

Quanto às vacinas fabricadas em solo nacional, o ministro apontou que “ingerências e condicionantes políticas dos governos sede dos laboratórios com os quais a Fiocruz e o Butantan possuem contrato, técnicas de produção e demandas locais e globais do produto”, podem atrasar a produção local.

O ministro também explicou que o cronograma de entregas de doses de vacinas e as quantidades previstas em contratos são constantemente atualizados pela pasta, a depender das previsões de entrega dadas pelos laboratórios fornecedores dos imunizantes. “O Ministério da Saúde, com o apoio do Ministério das Relações Exteriores e dos laboratórios produtores e/ou importadores, têm envidado esforços para o cumprimento do planejamento previsto junto aos fornecedores a fim de mitigar possíveis atrasos nas entregas e por conseguinte disponibilização do imunizante à população brasileira”, escreveu Pazuello.

O ministro da Saúde se manifestou ao Congresso após sucessivas reduções na previsão de imunizantes divulgada pela pasta. No início do ano, Pazuello falava em 46 milhões de doses disponíveis em março. Essa estimativa têm diminuído constantemente, aumentando as incertezas sobre o programa nacional de vacinação. 

 

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