O acordo para a produção nacional pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) da vacina da Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca foi a melhor decisão tomada pelo governo federal em meio à pandemia do novo coronavírus. É o que afirmou, nesta quarta-feira (17/03), o atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Com os dias contados no comando da pasta, ele esteve hoje na Fiocruz, no Rio de Janeiro, na cerimônia de entrega das primeiras 500 mil doses do imunizante fabricadas no Brasil.
O general ressaltou que as negociações começaram ainda no ano passado e disse que a entrega das doses é resultado de um trabalho de sete meses. "Foi um processo que começou em julho do ano passado, quando decidimos fazer a encomenda tecnológica de uma vacina que ainda estava em desenvolvimento", afirmou.
Para chegar ao acordo, disse ele, foi necessário conhecer a fundo as instituições envolvidas no desenvolvimento do imunizante. "Usou-se para isso, a análise das instituições que estavam trabalhando nisso, que era a Universidade de Oxford, com um laboratório que, para nós, ainda precisava ser compreendido em sua profundidade, a AstraZeneca".
Na presença da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, e de Marcelo Queiroga, seu substituto no comando da pasta, Pazuello destacou que a decisão envolveu o governo como um todo. "Fica claro que foi a melhor decisão que o governo poderia ter tomado. Envolve a área econômica, que nos deu os recursos, a equipe da Fiocruz, a equipe do Ministério, que também tinha dúvidas. As pessoas não entendem o que é tomar uma decisão que vai ajudar o combate à pandemia no ano seguinte", destacou.
Cronograma
A Fiocruz realizou, nesta quarta-feira, a entrega de 500 mil doses da vacina de Oxford/Astrazeneca ao Ministério da Saúde. Esse é o primeiro lote dos imunizantes produzidos em solo brasileiro por meio da transferência de tecnologia. O diretor de Bio-Manguinhos da Fiocruz, Mauricio Zuma, afirmou que a instituição prevê uma entrega semanal de cerca de 6 milhões de doses.
"O que está previsto são entregas semanais, algo em torno de 6 milhões de doses toda semana. Tem variações de semana para semana, de acordo com a produção. As entregas não são diárias, são semanais. E a gente deve seguir nesse ritmo até concluir as 100,4 milhões de doses que estão previstas no contrato com a AstraZeneca, de encomenda tecnológica. A expectativa é de que as últimas doses desse contrato sejam entregues até o mês de julho deste ano", detalhou na coletiva de imprensa.
A instituição também trabalha para produzir a matéria-prima da vacina, o IFA, a partir de abril. Mas depende de questões "complexas", como disse a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade. "Esse processo já teve início. Estamos com biorreatores, eles fizeram parte dos recursos da Medida Provisória que nos permitiu firmar a encomenda tecnológica. Seguiremos nesse caminho, mas é um processo complexo", afirmou.
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