Vacinação contra covid-19

Prefeitos pedem autorização para usar vacinas reservadas para 2ª dose

Até o momento, as diretrizes estabelecidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) pede para que os estados e municípios reservem 50% das doses da CoronaVac recebidas para a aplicação da segunda dose

Bruna Lima
Maria Eduarda Cardim
postado em 19/03/2021 18:26
 (crédito: Claudio Cruz/AFP)
(crédito: Claudio Cruz/AFP)

A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) enviou, nesta sexta-feira (19/3), uma carta pedindo ao Ministério da Saúde que reavalie a necessidade de reservar metade das doses de vacinas CoronaVac entregues aos estados e municípios para garantir a segunda aplicação. Segundo os líderes municipais, atualmente já existe um fluxo de produção suficiente para dar segurança para a liberação, medida que aceleraria a campanha nacional de vacinação contra a covid-19.

Para organizar uma estratégia, a FNP propõe a reserva de 10% das doses e não mais 50%. Este percentual seria armazenado para fins de segurança. "O pedido se dá no intuito de ampliar o alcance tempestivo de mais pessoas, acelerando a imunização da população brasileira. Ação urgente, diante dos números alarmantes de casos e trágicos de mortes em nosso país", justifica a carta.

No entanto, para que a medida seja executada de forma correta, os prefeitos chamam a atenção para a necessidade de alinhar o intervalo de aplicação entre uma dose e outra. O Instituto Butantan, responsável pela CoronaVac no Brasil, estabelece um intervalo de 14 a 28 dias para o reforço. Por isso, cada local tem adotado retornos diferentes dentro deste período. "Neste sentido, se todos os municípios passarem a adotar o prazo de 28 dias, haverá um maior espaçamento entre as doses e maior otimização da sua aplicação", propõem, no documento.

Em fevereiro, durante reunião com a FNP, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a afirmar aos prefeitos que os estados não precisariam mais reter metade das distribuições para garantir a segunda aplicação.

À época, Pazuello anunciou a mudança com a justificativa de que a chegada do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da China garantiria a continuidade da oferta das vacinas, mas dias depois o Ministério da Saúde voltou atrás e continuou com a recomendação da reserva da segunda dose da CoronaVac.

Entrega de vacinas

Com a normalização da importação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), vindo da China, o Butantan normalizou a capacidade produtiva e, de segunda-feira (15) até esta sexta (19), entregou 7,3 milhões de unidades do imunizante ao Programa Nacional de Imunização (PNI). Desde janeiro, o Ministério da Saúde recebeu 24,6 milhões de doses.

Até o fim de abril, o número de vacinas garantidas por São Paulo ao PNI somará 46 milhões. O Butantan ainda trabalha para entregar outras 54 milhões de doses para vacinação dos brasileiros até 30 de agosto, totalizando 100 milhões de unidades, além de negociar mais 30 milhões de doses extras para distribuição nacional até o fim do ano.

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