CONSCIÊNCIA

Dia Mundial da Água alerta sobre a importância da preservação dos recursos hídricos

Combater a poluição e os desmatamentos, que têm forte impacto nos recursos hídricos, é um consenso entre especialistas, que chamam a atenção para o fato de que uma população saudável também precisa ter acesso ao saneamento básico

Alexia Oliveira e Pedro Ícaro*
postado em 22/03/2021 06:00
 (crédito: Zuleika de Souza/CB/D.A Press


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(crédito: Zuleika de Souza/CB/D.A Press )

O Dia Mundial da Água, comemorado nesta segunda-feira (22/3), serve de alerta sobre os impactos da ação humana sobre os rios e a necessidade de preservação. Combater a poluição e os desmatamentos, que têm forte impacto nos recursos hídricos, é um consenso entre especialistas, que chamam a atenção para o fato de que uma população saudável também precisa ter acesso ao saneamento básico.

“Preservar as nascentes impacta nas gerações que virão. É importante ter água de qualidade, para não enfrentar um problema de racionamento como nas capitais”, aconselha Nelson Rodrigues, educador ambiental do Distrito Federal.

De acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA), 38,6% dos esgotos produzidos no Brasil não eram tratados, em 2017, e, muito menos, coletados. Os que eram recolhidos e eram jogados nos recursos hídricos sem tratamento: cerca de 18,8%. O restante era coletado e tratado antes de serem rejeitados aos mananciais, cerca de 42,6%. “Existem diversos fatores que podem ajudar na redução da contaminação dos rios, como a diminuição da emissão de monóxido de carbono, o aproveitamento e a melhora do saneamento básico nas localidades, além da coleta seletiva, fator fundamental”, destaca Maurício Francelino, ambientalista e presidente do projeto social Gaiola Aberta.

A meta da universalização do esgotamento sanitário e na proteção dos recursos hídricos, assim como o seu uso sustentável, segundo o Atlas Esgoto, projeto da ANA em parceria com a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, demanda R$ 149,5 bilhões em investimentos até 2035.

“O reconhecimento oficial de áreas de proteção é o primeiro passo. Identificamos que investimentos baseados na natureza são um avanço que o setor de saneamento básico deve incorporar”, explica Guilherme Checco, pesquisador no Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS).

Devido à pandemia, muitos trabalhadores que dependem dos recursos hídricos precisaram interromper as atividades devido às medidas restritivas de combate à covid-19. Porém, muitos deles lutam, diariamente, pela preservação da sua principal forma de renda, como é o caso de Afrodite Lucena, profissional do turismo de Natal, Rio Grande do Norte. “A preservação da natureza é importante para o turismo, porque as belezas naturais geram impacto na questão visual que o visitante tem, principalmente para aqueles que vêm das grandes cidades”, afirma.

A nova lei do saneamento, sancionada em julho de 2020, visa abrir o setor para a iniciativa privada. Cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e o marco regulatório do saneamento básico, se entrar em vigor, poderá reverter esse número. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro vetou o período de transição de 30 anos dos contratos com empresas estaduais de saneamento, que eram fechados sem processo de licitação. O marco diz que as empresas devem atualizar os contratos em vigor até 31 de março de 2022 para assegurar as metas de universalização.

* Estagiários sob supervisão de Rosana Hessel

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