Sob forte pressão dos estados que demandam ao governo federal envio urgente de kits para intubar pacientes com covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, cobrou dos gestores locais a mobilização para conseguir ampliar a oferta, dividindo a responsabilidade com o sistema tripartite. "Os estados também têm que procurar esses medicamentos, sobretudo os grandes", disse, durante coletiva de imprensa, desta quinta-feira (15/4), marcada para anunciar a entrega de mais 2,3 milhões de medicamentos com este fim.
Em referência direta ao governador João Doria, que tem criticado o governo federal pela demora nas respostas aos estados, Queiroga alfinetou: "Não adianta só mandar ofício, é preciso trabalhar junto".
O ministro ainda comparou a ação da rede privada, sugerindo que o mesmo deve ser feito pelos estados e municípios. "Se instituições privadas buscam importações e trazem esses insumos para cá, porque grandes estados não fazem isso?", questionou, trazendo como exemplo o pedido do presidente da Unimed de Belo Horizonte que acionou o ministro para desembaraçar as compras.
Em coletivas durante esta semana, Doria afirmou que está se movimentando para adquirir insumos no mercado internacional e criticou a falta de resposta da pasta a nove ofícios enviados pelo governo de SP. "É omissão e descaso do Governo Federal com a população", pontuou. Segundo ele, o governo requisitou todos os medicamentos possíveis, "SP ficou 6 meses sem receber nenhum item proveniente desta requisição", reclamou.
As requisições administrativas foram uma das medidas adotadas pelo governo federal para "harmonizar as distribuições, que são todas pactuadas em reuniões semanais entre as esferas federal, estadual e municipal", justificou o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, Helio Angotti. Entre as outras estratégias estão: aquisição internacional, novos pregões, execução dos saldos já contratados e pendentes e doações.
As alegações de Doria também foram rebatidas na fala do secretário de Atenção Especializada, Sérgio Okane. "Cabe salientar que, diferentemente do que tem sido anunciado por algumas pessoas, os contratos vigentes foram mantidos em todas as indústrias que o ministério fez visitas para requisição das medicações". Ele reconheceu a situação calamitosa, mas defendeu que o Ministério não tem medido esforços para coordenar a distribuição e adquirir novos medicamentos.
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