PANDEMIA

Brasil tem recorde de mortes por covid-19 em abril, mês mais letal da pandemia

Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 3.076 óbitos, com média diária de 2.545 óbitos por dia na última semana. Também foram registradas 71.137 novas infecções neste sábado

Agência France-Presse
postado em 24/04/2021 18:49 / atualizado em 24/04/2021 20:17
 (crédito: SAJJAD HUSSAIN)
(crédito: SAJJAD HUSSAIN)

O Brasil bateu um novo recorde mensal neste sábado (24/4) com 67.977 mortes por covid-19 em abril, o mês mais letal da pandemia no país, ultrapassando a marca de 66.573 óbitos de março, segundo dados do Ministério da Saúde.

Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 3.076 óbitos, com média diária de 2.545 óbitos por dia na última semana. Também foram registradas 71.137 novas infecções neste sábado, com uma média diária de mais de 60 mil novos casos nas últimas duas semanas.

Apesar da marca negativa, especialistas observam uma estabilização nas curvas de casos e mortes pelo vírus, após meses de agravamento no Brasil, segundo país com mais mortes pela pandemia no mundo.

Na sexta-feira, um relatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que "nas últimas duas semanas houve a estabilização do número de casos e óbitos por covid-19, o que caracteriza a formação de um novo patamar de transmissão". Esse patamar, afirma a Fiocruz, deve permanecer em torno de 3.000 mortes por dia nas próximas semanas.

O Brasil começou 2021 com um recrudescimento dramático nas infecções e mortes por covid-19, depois que a taxa de transmissão diminuiu na segunda metade de 2020. Antes de março, o mês mais mortal da pandemia havia sido julho de 2020, com 32.881 mortes.

Essa nova fase da pandemia no Brasil é marcada pelo aumento de jovens em unidades de terapia intensiva, bem como nas estatísticas de óbitos. Nos primeiros dias de abril, “a faixa etária de 20 a 29 anos foi a que registrou o maior aumento no número de óbitos por covid-19 (1.018%)”, informou a Fiocruz. No caso das infecções, o maior aumento ocorreu entre as pessoas de 40 a 49 anos (1.173%).

Embora a vacinação avance entre os grupos prioritários (indígenas com mais de 60 anos e funcionários da saúde, entre outros), o governo federal continua alterando as metas de imunização devido à demora nas negociações com os laboratórios. Até o momento, o Ministério da Saúde planeja imunizar os grupos prioritários (77 milhões de pessoas) até setembro.

O Brasil, com 212 milhões de habitantes, aplicou as duas doses em apenas 5,8% da população (12,4 milhões de pessoas).

Enquanto isso, autoridades locais e regionais confirmam a falta de suprimentos médicos, como sedativos, necessários para a intubação dos pacientes, cuja distribuição é de responsabilidade do governo federal.

Diante do quadro dramático do país, o Judiciário ordenou ao Senado que investigasse se o governo de Jair Bolsonaro cometeu omissões no gerenciamento da crise sanitária.

O presidente sempre minimizou o vírus e chegou a chamar a covid-19 de "gripezinha". Também promoveu aglomeração e o uso de medicamentos sem eficácia comprovada nos estágios iniciais da doença, como cloroquina e ivermectina.

Bolsonaro também questionou as vacinas e atacou governadores e prefeitos por defenderem a suspensão de atividades não essenciais para diminuir a transmissão do vírus. Nesta sexta-feira, o presidente ameaçou mandar o Exército às ruas caso as medidas de restrição à mobilidade fossem mantidas.

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