SAÚDE

Papo com especialista: Vera Valente comenta as vantagens da telessaúde

Em entrevista ao vivo nas redes sociais do Correio nesta terça-feira (27/04), a diretora executiva da FenaSaúde explicou os benefícios que o atendimento remoto trouxe para saúde dos brasileiros

Pedro Ícaro*
postado em 27/04/2021 21:21 / atualizado em 27/04/2021 22:03
 (crédito: Reprodução/RedesSociaisdoCB)
(crédito: Reprodução/RedesSociaisdoCB)

O conceito de telessaúde tem se mostrado um avanço na prática da medicina, segundo especialistas do setor. Com o uso da tecnologia, médicos e outros profissionais, como psicólogos e até dentistas têm aderido ao atendimento remoto. Nesta terça-feira (27/04), Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde, detalhou as vantagens dessa modalidade médica em entrevista ao vivo pelas redes sociais do Correio Braziliense.

A Lei 13.989 que autoriza o uso da telemedicina enquanto durar a crise da Covid-19 completou um ano. A legislação autoriza médicos a atenderem de forma remota e, segundo Vera Valente, foi bem recebida pelos pacientes.

“Em nossas pesquisas de satisfação das operadoras, o beneficiário está muito satisfeito com esse canal de acesso. A maioria dos médicos tiveram na telemedicina um canal para manter o acesso ao seu paciente, continuar atendendo. Quem não se valeu desse instrumento teve muitas dificuldades de atender pelo receio que as pessoas estavam de se locomover de ir ao consultório”, disse.

Nova regulamentação

De acordo com a lei, após o momento de pandemia, esse método não será mais permitido. Para essa modalidade de atendimento continuar, será preciso implementar uma nova regulamentação.

“O Conselho Federal de Medicina, em 2018, fez uma regulamentação bastante interessante, possibilitando o acesso a telemedicina. Só que, dois meses depois, essa resolução foi retirada por causa da resistência que encontrou dentro da classe médica. Penso que muita coisa mudou em função da experimentação que muitos médicos fizeram desse instrumento. Eles viram a possibilidade de continuar atendendo e até se remunerando. Viram a importância de manter seus pacientes atendidos numa situação como a que a gente está vivendo”, disse a diretora da FenaSaúde.

Segundo a especialista, o atendimento remoto oferece mais segurança à saúde dos pacientes, pois evita a presença em ambiente hospitalar. Nessas situações, há menos risco de contaminação. “O modelo no Brasil é hospitalocêntrico, baseado na ida ao hospital. A pessoa sente qualquer coisa, uma dor de cabeça, uma dor de garganta, corre ao hospital. Esse modelo é ruim porque a ida ao hospital primeiro que ela traz riscos, não só em época de covid, em qualquer época. Você tem riscos de contaminações, de contágio", observou Vera Valente. 

A especialista ressaltou também os custos referentes ao atendimento presencial na rede hospitalar. "É o canal caro de acesso. (Com a telessaúde), não é necessário você ir ao hospital pra você ter acesso a orientação que você precisa”, explicou.

Alternativa complementar

Vera Valente afirmou que a telessaúde não é uma solução, não substitui um atendimento completo. Mas representa um caminho de acesso a saúde. Por meio desse instrumento, o paciente recebe orientações sem se expor a riscos. A telessaúde possibilita, ainda, a continuação de tratamentos de pacientes crônicos, receitas médicas etc.

“As coisas são complementares, então [a telessaúde] serve para esse acesso inicial, para algumas situações de urgência em que você não tem como ir até o consultório médico. Dependendo da situação que você está, você precisa da opinião de um especialista. Ela tem toda segurança, porque a segurança da relação está no profissional que você confia”, argumentou a diretora executiva da FenaSaúde.

Vera Valente ressaltou o índice de satisfação dos pacientes com esse modelo de atendimento. “No período de fevereiro de 2020 a janeiro de 2021, a gente teve mais de 2 milhões e meio de teleatendimentos. É um número bastante expressivo, com índice altíssimo de satisfação. Então, entre 75 a 95% de satisfação, resolutividade no nível de 80%. As pessoas procuraram um apoio, uma orientação, encaminhamento e tiveram em 80% dos casos sua solicitação atendida, assim [a telessaúde] se mostrou um instrumento muito importante”, comentou.

Confira a íntegra do Papo com Especialista:

 

 

* Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza

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