O Ministério da Saúde anunciou que o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz) deve receber da China, ainda no mês de maio, uma nova remessa de ingrediente farmacêutico ativo (IFA), destinados a produção de mais de 12 milhões de vacinas contra a covid-19.
Em nota, o Ministério afirmou que mais de 18 milhões de doses do imunizante já estão em processo de controle de qualidade, e serão entregues ao governo até meados de junho. Até o momento, cerca de 35 milhões de doses da AstraZeneca/Oxford, produzidas com IFA importado, já foram entregues pela instituição para distribuição por todo o país.
No segundo semestre, a instituição deve entregar mais 110 milhões de doses. A expectativa é que a se inicie a produção da vacina contra covid-19 integralmente brasileira ainda no mês de maio, com intuito de diminuir a dependência dos insumos produzidos na China. Em abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a Fiocruz a dar início à produção nacional do IFA da vacina de Oxford/Astrazeneca.
A Fiocruz e o Instituto Butantan, que produz a Coronavac, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, têm enfrentado dificuldades para a produção de vacina devido à falta do IFA. O governo chinês tem demorado a liberar insumos, o que atrapalha as produções no Brasil. Na última sexta-feira, por exemplo, após a entrega de mais um lote de vacinas, o Butantan anunciou a suspensão da produção devido à falta do IFA.
O instituto remete a questão a problemas diplomáticas entre o Brasil e a China. Integrantes do governo e pessoas próximas ao presidente já fizeram diversas críticas à China, mesmo em meio à pandemia. O último ataque que gerou um grande mal estar veio do presidente da República, Jair Bolsonaro, que insinuou que a China pode ter criado o coronavírus como parte de uma "guerra química". No passado, um dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, também criticou o gigante asiático.
Estrutura
Durante visita às instalações da fundação, nesta segunda-feira (17), o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o Brasil tem uma estrutura capacitada para produzir vacinas com tecnologia totalmente nacional. "É a esperança para a população e para pôr fim à pandemia", disse. Queiroga também pediu a colaboração da indústria para a compra de insumos, com o propósito de aumentar a testagem no Brasil e adquirir mais equipamentos de proteção individual, como máscaras e álcool em gel.
Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo
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