O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga afirmou, nesta segunda-feira (24/5), na Assembleia Mundial da Saúde, evento organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que o governo tem “firme recomendação” de medidas contra o novo coronavírus. O discurso aconteceu um dia após o presidente Jair Bolsonaro ter provocado nova aglomeração onde condenou medidas de isolamento social para conter a pandemia da covid-19.
A Assembleia Mundial da Saúde reuniu ministros de todo o mundo em uma cerimônia virtual. Queiroga começou agradecendo aos profissionais de saúde e se solidarizando com as vítimas da covid-19 no Brasil e, também, com as suas famílias. O ministro não citou os números de casos e óbitos do país, que totalizam, na tarde desta segunda-feira, de acordo com dados da pasta da Saúde, 16.083.258 e 449.068 respectivamente.
“No Brasil, investimos recursos financeiros e humanos na promoção da saúde e na retomada da economia”, afirmou. “A isso, somamos nossa firme recomendação de medidas não-farmacológicas para toda a população.” Medidas não-farmacológicas incluem práticas como distanciamento social, máscaras e higienização das mãos.
Neste fim de semana, porém, o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Eduardo Pazuello participaram, sem máscaras, de um passeio com motociclistas no Rio de Janeiro. Durante o evento, o mandatário atacou governadores e prefeitos que decretaram restrições em razão da pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, as restrições são adotadas "sem qualquer comprovação científica".
Vacinação
Queiroga disse em seu discurso na OMS que o Brasil tem capacidade para imunizar toda a sua população de “forma célere”, mas que precisa de mais vacinas para cumprir o objetivo. Ao pedir mais ajuda internacional para a campanha de imunização, o responsável pela pasta não comentou o fato de o governo ter optado por não comprar doses dos imunizantes em 2020, quando a Pfizer ofereceu, episódio que vem sendo discutido durante a CPI da Covid, nas últimas semanas.
O ministro Queiroga também afirmou que o país já vacinou mais de 55 milhões de pessoas. “Até o momento, o SUS já distribuiu mais de 90 milhões de vacinas e imunizou mais de 55 milhões de pessoas, dentre as quais mais de 80% de indígenas”, disse o chefe da pasta. No entanto, dados do próprio Ministério da Saúde mostram que o país aplicou 57,7 milhões de doses, considerando a soma da primeira e da segunda aplicações da vacina.
Ou seja, o número citado pelo ministro equivale à quantidade de doses aplicadas, e não à quantidade de brasileiros com o esquema vacinal completo. Os dados do Ministério mostram que 39,2 milhões de brasileiros receberam a primeira dose, mas apenas 18,5 milhões receberam a segunda etapa do imunizante.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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