A morte do sambista Nelson Sargento, aos 96 anos, em decorrência da covid-19 — apesar de ter tomado as duas doses da CoronaVac —, reacendeu o debate sobre a necessidade de uma terceira dose da vacina para os grupos que já receberam o imunizante. Ontem, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, admitiu, durante depoimento na CPI da Covid, a possibilidade de uma injeção de reforço anual de vacinas contra o novo coronavírus, sobretudo diante do surgimento de novas variantes.
“Com relação a uma dose adicional, uma terceira dose, isso será necessário, nesse momento, para todas as vacinas, não só em relação à própria duração da imunidade, como também em relação às variantes”, disse. Segundo ele, o Butantan já tem estudos previstos em andamento com a dose de reforço.
Covas reforçou que não é somente a CoronaVac que deve precisar de uma terceira injeção. “Todas as vacinas, nesse momento, têm a indicação de que haverá necessidade de uma dose anual. Será necessária para todas as vacinas. A própria Pfizer já está estudando”, informou Covas.
O médico infectologista Werciley Júnior explica que essa dose de reforço é ainda mais comum em idosos, que normalmente tem uma baixa indução à produção de anticorpos. “É sabido que pessoas idosas, acima de 60 anos, ou que têm alguma deficiência de imunidade, tem uma diminuição na produção dos anticorpos e, por isso, é necessário essa nova dose em alguns casos. Por isso, cada vez mais que a vacina vai sendo estudada e conhecida, vamos avaliando a necessidade de reforço, principalmente nas que utilizam o vírus inativado”, observou.
Enquanto os estudos sobre uma terceira dose não são concluídos, o Ministério da Saúde tenta avançar na vacinação e divulgou, ontem, que o Brasil deve receber, na próxima semana, mais 2,3 milhões da vacina Comirnaty, produzida pela Pfizer/BioNTech. A remessa é a primeira de junho a ser entregue pela empresa e será a maior já enviada pela empresa ao Brasil.
Até o momento, a farmacêutica remeteu cinco lotes, com cerca de 629 mil doses, por semana ao Brasil. Com as entregas feitas a partir de abril, a Pfizer entregou 3,5 milhões de unidades do imunizante ao país. O lote de 2,3 milhões que será entregue, na próxima semana, é a primeira remessa do total previsto para junho, que, segundo a última projeção da Saúde, é de 12 milhões de doses.
Apesar da divulgação semanal de dados sobre a distribuição de vacinas, como forma de fazer um contraponto à pressão da CPI da Covid, o ministério diminuiu a previsão de entrega dos imunizantes para junho. A nova atualização, feita na última quarta-feira, mostra a redução de 8,4 milhões de doses em comparação com o cronograma da última semana. Assim, o país receberá, mês que vem, 43,8 milhões de imunizantes contra o novo coronavírus. (MEC e GB)
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