SAÚDE

Queiroga faz apelos por imunizantes em reunião da OMS

Em encontro promovido pela ONU, ministro da Saúde pede a países com excedente de doses que compartilhem o estoque com o Brasil. Um dia depois de registrar mais de 400 mil mortos, governo federal recebe fármacos de diversos fornecedores

Um dia depois de o Brasil ultrapassar a marca de 400 mil mortos pela covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu a países que possuem doses excedentes de vacinas contra covid-19 o compartilhamento desses imunizantes. Ao participar de uma coletiva de imprensa da Organização Mundial da Saúde (OMS), focada em abordar a situação do Brasil e da região das Américas, o ministro brasileiro ressaltou o comprometimento com a aceleração da vacinação em território nacional.

“Reiteramos nosso apelo àqueles que possuem doses extras da vacina para que possam compartilhá-las com o Brasil o quanto antes possível para que a gente consiga avançar na nossa ampla campanha de vacinação, de modo a conter a fase crítica da pandemia e evitar a proliferação de novas linhagens e variantes do vírus", pediu Queiroga. Apesar do apelo para doações de vacinas, Queiroga afirmou ser possível garantir que toda a população brasileira seja vacinada até o fim de 2021 com as compras já efetuadas pelo ministério.

Ao ser questionado pelo Correio, o ministro, no entanto, negou o atraso da campanha de vacinação do Brasil e garantiu que o país já tem doses suficientes contratadas para imunizar todos os brasileiros até o final do ano. “Temos doses suficientes para o segundo semestre, e é possível garantir que até o final do ano de 2021 tenhamos a nossa população inteiramente vacinada”, garantiu Queiroga. Mais tarde, durante a reunião da 4ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite, ele voltou a afirmar que o país já contratou doses suficientes para imunizar toda a população até dezembro.

Segundo a projeção contratual de vacinas apresentada no site do Ministério da Saúde, o país já comprou 422 milhões de imunizantes contra a covid-19. Além disso, na projeção, a pasta prevê contratar mais 140 milhões de doses. Além dessas expectativas de compra, Queiroga confirmou, ontem, a possibilidade de um novo contrato com a Pfizer. “Estamos na iminência de assinar um novo contrato com a Pfizer para a compra de mais 100 milhões de doses”, revelou. O Brasil já assinou um acordo com a farmacêutica para a compra de 100 milhões de unidades da vacina Comirnaty, desenvolvida pela Pfizer/BioNTech. O primeiro lote, com 1 milhão de doses, chegou na última quinta-feira ao país.

Novas entregas

Esta semana, o estoque do Ministério da Saúde teve aumento considerável. Ontem, mais 420 mil doses da CoronaVac, produzidas pelo Butantan, foram entregues ao governo federal. Outras 6,5 milhões de unidades da vacina de Oxford/AstraZeneca, produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foram enviadas ao Programa Nacional de Imunização. Além disso, ontem o Ministério da Saúde anunciou que o Brasil receberá mais 4 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, oriundas do consórcio internacional Covax Facility, até domingo.

A chegada dos novos imunizantes será dividida em dois dias. A primeira remessa, de 220 mil unidades, chega hoje. Já no domingo, o país recebe dois voos carregados com os imunizantes, um com 1,7 milhão de doses; e outro com 2,1 milhões de doses. Amanhã, Queiroga irá receber a remessa de vacinas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, junto com a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no Brasil, Socorro Gross. O Brasil já obteve pouco mais de um milhão de doses de vacinas do mecanismo coordenado pela Aliança Global de Vacinas (Gavi) e pela OMS. No total, o país adquiriu 42,5 milhões de doses de vacinas do Covax.

Queiroga celebrou a chegada dos fármacos que reforçarão a campanha nacional de vacinação e disse que o Brasil bateu recorde de recebimento de vacinas esta semana. “São mais de 17 milhões de vacinas contra a covid-19 em um intervalo de seis dias”, indicou.