PANDEMIA

Casos nas cidades vizinhas a Serrana (SP) continuam altos

"As cidades ao redor devem investir em todas as medidas sanitárias, porque não têm a possibilidade, agora, de alcançar uma alta taxa de população vacinada," afirmou infectologista

» GABRIELA BERNARDES* » GABRIELA CHABALGOITY*
postado em 01/06/2021 06:00
 (crédito: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)
(crédito: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

Ao contrário do que se vê em Serrana (SP), as cidades vizinhas — Ribeirão Preto, Cajuru, Brodósqui e Altinópolis — sofrem com o aumento no número de casos e mortes pelo novo coronavírus devido a uma vacinação mais lenta. Por isso, foi necessária a adoção de medidas rígidas para conter o avanço da covid-19. Ao todo, 12 cidades da região anunciaram maior rigor com o isolamento social no último mês. Em Ribeirão Preto, maior município, o índice de ocupação nas unidades de terapia intensiva (UTIs) chegou a 95% na última quarta-feira.


O infectologista do Laboratório Exame, José David Urbaez, explica que a escolha de Serrana não foi feita aleatoriamente. “Trata-se de uma população de 30 mil pessoas e uma cidade maior não nos daria essa riqueza de dados. As cidades ao redor devem investir em todas as medidas sanitárias, porque não têm a possibilidade, agora, de alcançar uma alta taxa de população vacinada”, ressaltou.

Epicentro

Pesquisa realizada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) com o Instituto Adolfo Lutz mostra a tendência de piora da pandemia em Ribeirão Preto e Franca nas próximas duas semanas. Segundo o estudo, é possível que a região se torne um novo epicentro da doença no estado. Em Ribeirão, foram decretadas medidas como o fechamento de supermercados para clientes e suspensão do transporte público.


De acordo com o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Leonardo Bastos, é necessário que Serrana mantenha todos os cuidados para a não proliferação do novo coronavírus. “A cidade deve continuar recomendando o uso de máscaras de qualidade, distanciamento físico, dar preferência a ambientes ventilados por um tempo e ir relaxando aos poucos, à medida que indicadores de novos casos diminuem. Isso é importante, pois o país segue num momento de transmissão comunitária extremamente alta. Naturalmente que os moradores de Serrana não vão se auto isolar e ficar sem contato com pessoas de fora, que não tem o mesmo nível de proteção que os moradores da cidade”, explicou.

*Estagiárias sob a supervisão de Fabio Grecchi

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