A atriz Camila Amado, conhecida por seus trabalhos no teatro e na televisão, morreu ontem, aos 82 anos de idade — a causa do óbito não foi divulgada. Entre seus últimos papéis estão Tia Candoca, no remake mais recente da novela Éramos Seis, exibida pela Globo entre 2019 e o ano passado, e a personagem Aurélia, no filme e na série sobre Chacrinha, lançados recentemente. Ela também estrela o curta A Balada da Nobre Senhora, que ainda não foi exibido.
Camila começou a trabalhar ainda na adolescência, dando aulas de latim com a mãe, Henriette. Aos 17 anos, buscou a independência e o sonho de se tornar atriz, sob protestos do pai, Gilson, criador da TV Educativa e irmão do escritor Jorge Amado. Quando fez 60 anos, disse numa entrevista que “é claro que eu preferia estar fazendo 30 anos, mas tenho preguiça de ser tão inexperiente de novo”.
“Recuso-me a ter a personalidade que me impõem; a personalidade é como uma roupa que a gente usa e pode trocar à vontade. Herdei quadros e terrenos que ia vendendo à medida que queria produzir meus espetáculos, mas a herança acabou”, contava, sobre seu jeito de ser e sobre a dificuldade em encontrar patrocínios para as peças.
Além de suas inúmeras participações em espetáculos teatrais ao longo das décadas, a atriz também participou de novelas e programas diversos. Chegou a ser premiada como melhor atriz coadjuvante no IV Festival de Cinema Brasileiro de Gramado, em janeiro de 1976, por sua atuação em O Casamento, de Arnaldo Jabor, inspirado na obra de Nelson Rodrigues.
Presente na tevê desde o fim da década de 1950, a atriz ganhou mais destaque ao participar de algumas novelas como Um Gosto Amargo de Festa, exibida entre fevereiro e maio de 1969, na TV Tupi, O Pulo do Gato (1978) e Sol de Verão (1982), na Globo. Mais recentemente, deu vida à personagem Tia Candoca no remake de Éramos Seis, exibido entre 2019 e 2020. Antes, esteve presente no elenco de Topíssima, da Record.
Também fez diversas participações menores em programas como Linha Direta, Você Decide, Brava Gente, Retrato Falado, A Grande Família, Pé na Cova, Sob Pressão e Sítio do Picapau Amarelo. No cinema, esteve em produções como Amélia (2000), Quem Tem Medo de Lobisomem (1973) e o documentário Abolição (1988).
Em 2013, em protesto à indicação do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) para o comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, deu um beijo na colega Fernanda Montenegro durante o evento da 7ª edição do Prêmio da Associação dos Produtores de Teatro do Rio (APTR).
Ela chegou a ser casada com o também ator Stepan Nercessian, entre 1974 e 1987. Antes, havia sido casada, até 1968, ano em que ficou viúva, com o jornalista Carlos Eduardo Martins, pai de seus dois filhos, Rafaela e Rodrigo. Camila também trabalhou como professora de teatro e preparadora de atores. “Minha função é ajudar o ator a descobrir o seu potencial, e, quando isso ocorre, fico orgulhosa”, contava.
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