TEMPORADA DE FRIO

Cidades de 6 estados ficam abaixo de zero

*Correio Braziliense» RENILDO CALHEIROS Deputado federal por Pernambuco e líder do PCdoB na Câmara»
postado em 20/07/2021 23:30 / atualizado em 20/07/2021 23:30

Em uma temporada de frio histórica, ao menos 80 cidades, em seis estados, tiveram temperaturas negativas na manhã de ontem, segundo o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM), do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) — que alertou para a chegada de uma intensa massa de ar frio de origem polar e que ganhou ainda mais força. De acordo com o Inmet, na madrugada de ontem não houve neve ou chuva de granizo, mas no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná, em São Paulo, em Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul houve registro de temperaturas negativas.


“A frente fria está associada a um ciclone extratropical sobre o oceano, que foi bastante intenso. O ciclone tem ventos que giram em sentido horário. Na parte oeste do ciclone temos ventos vindos do sul e, como a intensidade do ciclone estava alta, esses ventos também foram fortes.

Consequentemente, o ar do extremo sul da América do Sul chegou rapidamente aos estados”, explicou Marcelo Seluchi, meteorologista e pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).


No Sul do Brasil, as menores temperaturas foram registradas em Santa Catarina: -8,8°C em Urupema, seguida por Bom Jardim da Serra, com -7,4°C. A temperatura em Urupema superou o recorde de -7,5°C que Bom Jardim da Serra apresentou no final de junho, e foi a menor oficialmente registrada no Brasil neste ano — segundo a medição do Epagri/Ciram, órgãos de monitoramento climático oficial do governo catarinense.


Em São Paulo, a menor temperatura foi em Rancharia, no oeste do estado, com -2,8°C. Algumas cidades da grande São Paulo, como Barueri, registraram a menor temperatura em 10 anos. Pradópolis, no norte, registrou recorde absoluto da Estação Meteorológica: -1,4°C, a menor em 15 anos de medições.


“Cada vez que uma massa de ar frio se desloca sobre um solo mais quente, por exemplo, perde força. Como essa massa se deslocou muito rápido, não houve tempo para aquecer mesmo em contato com o oceano mais quente. Por isso, a temperatura caiu muito”, disse Seluchi.


Segundo o meteorologista, a frente fria deve se dissipar rapidamente e, até o final de julho, as temperaturas permanecem baixas, com novas incursões de massa de ar frio. Em agosto, as temperaturas voltarão a subir. “Nos próximos cinco ou seis dias, a temperatura vai subir em toda região que foi afetada pelo frio, no Sul e no Sudeste. A previsão está indicando mais uma frente fria para o próximo final de semana, mas ainda é cedo para definir como será — se mais intenso ou não”, observou.

Doenças de Inverno

As baixas temperaturas facilitam a transmissão de diversos tipos de doenças e prejudicam a imunidade. De acordo com a médica infectologista Lessandra Michelin, o frio faz com que as pessoas fiquem mais tempo em espaços fechados, o que facilita a transmissão de diversos tipos de vírus e bactérias.
“É só esfriar um pouquinho, que as pessoas fecham as janelas para se protegerem e, com o ambiente fechado, o ar não circula e nem se renova, favorecendo a proliferação e a propagação de quadros infecciosos. Como muitas dessas doenças têm transmissão respiratória, tal como a covid-19, é fundamental que a população, principalmente crianças e idosos, estejam imunizados”, alertou.


Para muitos, é só o tempo esfriar um pouco que a coriza, o nariz entupido e a tosse surgem. Se for gripe, os sintomas incluem ainda febre e calafrios, dor de garganta, dores musculares, de cabeça e fadiga. A doença afeta todas as faixas etárias, sendo facilmente transmitida por meio da tosse, do espirro e do contato próximo com uma pessoa ou superfície contaminada. No resfriado, os sintomas, apesar de parecidos e comumente confundidos com os da gripe, são mais brandos e duram menos tempo.

*Estagiários sob a supervisão de Fabio Grecchi

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