Minas Gerais

Cerca de 60 pessoas vítimas de trabalho escravo são resgatadas em MG

Trabalhadores rurais eram mantidos em situação degradante no Sul de Minas e, após denúncias, foram resgatados e levados volta para o interior da Bahia

Camila Dourado/ Especial para o Estado de Minas
postado em 21/07/2021 15:59 / atualizado em 21/07/2021 16:00
 (crédito: PRF/divulgação)
(crédito: PRF/divulgação)

Cerca de 60 pessoas foram resgatadas em lavouras cafeeiras no Sul de Minas vítimas de trabalho escravo em fazendas de Ilicínea e Boa Esperança. A operação foi realizada pela Polícia Rodoviária Federal, auditores fiscais do trabalho e o Ministério Público do Trabalho. Após a ação, os trabalhadores rurais foram levados de volta para o interior da Bahia.

De acordo com a PRF, a operação que combateu o trabalho escravo no Sul de Minas aconteceu entre os dias 13 e 20 de julho de 2021 em fazendas de Ilicínea e Boa Esperança. A investigação começou após denúncias anônimas.

“No decorrer da operação, a força tarefa encontrou vários trabalhadores rurais em situações de trabalho análoga à de escravidão, submetendo-se a jornadas exaustivas e sujeitando-se a condições degradantes”, destaca a assessoria da PRF.

A PRF informou que os trabalhadores eram mantidos em alojamentos em situações precárias. “Frentes de trabalho sem banheiro e locais para refeições e não eram fornecidos os equipamentos de proteção individual a contento”.

Além disso, os próprios trabalhadores eram responsáveis por todo o custeio do transporte e de alimentação do estado de origem até as propriedades rurais no Sul de Minas. “Algo totalmente ilegal nesse tipo de contratação de mão-de-obra”, ressalta o representante da PRF.

“A grande maioria veio em março, para o início da colheita. Alguns deles já tinham desenvolvido essa atividade na mesma fazenda por alguns anos. Tinha trabalhador que completava o terceiro ano nesse sistema de emprego. Então, é um trabalho recorrente, que vem acontecendo há alguns anos”, acrescentou.

Durante a operação, nenhuma pessoa foi presa e os desdobramentos seguem a cargo do Ministério Público do Trabalho para apuração de responsabilidade civil e criminal dos empregadores.

Na sequência, as vítimas foram levadas de volta para o interior da Bahia. Segundo a PRF, as pessoas foram em ônibus fretado para cidades do interior da Bahia.

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