COVID-19

Em pronunciamento otimista, Queiroga omite problemas na imunização

Ministro da Saúde comenta a campanha de vacinação, sem considerar os números em termos proporcionais à população. Tampouco mencionou o fornecimento irregular de imunizantes aos estados. E fez um apelo para que as pessoas tomem a segunda dose

Fernanda Fernandes
postado em 28/07/2021 22:48
 (crédito: Myke Sena)
(crédito: Myke Sena)

Em pronunciamento oficial nesta quarta-feira (28/07), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comentou sobre a campanha de vacinação contra a Covid-19. Segundo ele, o governo comemora o sucesso da imunização nos estados e a redução do número de óbitos. O ministro apresentou dados para valorizar o trabalho do governo federal. E abordou um dos problemas da imunização — a baixa adesão à segunda dose — com um apelo para que os brasileiros busquem o reforço à vacinação. 

“Hoje, pelo menos 100 milhões de brasileiros tomaram ao menos a primeira dose da vacina. O Brasil ocupa a 4ª posição no ranking mundial de pessoas que tomaram a primeira dose, e o 5º lugar de pessoas totalmente imunizadas. Com mais de 63% da população adulta vacinada com a primeira dose, registramos queda expressiva no número de casos e óbitos”, disse em rede nacional.

De acordo com Queiroga, o acordo de transferência de tecnologia entre a Fiocruz e Astrazeneca permitirá, em breve, a produção integralmente nacional das vacinas. A expectativa, segundo o ministro, é de que todos os brasileiros adultos estejam imunizados até o fim do ano.

“Com investimentos na ordem de R$ 3,4 bilhões, iremos quintuplicar nossa capacidade de produção de vacinas e imunobiológicos, no enfrentamento da pandemia. Em agosto foram mais de 60 milhões de doses distribuídas. Esperamos que toda a população adulta do Brasil esteja vacinada com a primeira dose até setembro, e com a imunização completa até dezembro”, afirmou.

Ranking

Apesar do otimismo do ministro, a vacinação enfrenta problemas. No início da semana, ao menos oito capitais suspenderam a aplicação da primeira dose, em razão da falta de imunizantes. Em termos proporcionais, o número de brasileiros que receberam a primeira aplicação corresponde a 30% da população, aproximadamente 60 milhões de pessoas. Não entram nessa conta, por exemplo, jovens de 12 a 17 anos. A imunização desse público, por sinal, é uma das controvérsias entre governos estaduais e o Ministério da Saúde.

Em relação à segunda dose, a situação é mais grave: o número de brasileiros totalmente imunizados ainda não chega a 20% da população, conforme dados do Our World in Data. Queiroga abordou a questão fazendo um apelo para os brasileiros se empenharem a reforçar a imunização. "Por fim, dirijo-me em especial aos brasileiros que estão com a segunda dose em atraso. Peço que busquem os postos de vacinação para tomar a segunda dose, pois sua imunização só estará completa após a conclusão do esquema vacinal", disse.

Apesar da vacinação em curso, o número de mortes por covid-19 segue alto no Brasil. Nas últimas 24 horas, foram registrados 1.366 óbitos por covid-19, elevando para 553.272 o total de vidas perdidas para o coronavírus. Segundo informações divulgadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), o país ocupa o terceiro lugar em número de casos confirmados e segundo em número de mortes, atrás apenas dos Estados Unidos.

Além disso, o Brasil é um dos 12 países do globo que possui as quatro variantes do coronavírus (Alpha, Beta, Gama e Delta), segundo a Rede Regional de Vigilância Genômica, ligada à Organização Pan-Americana da Saúde, Opas.

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