MANIFESTAÇÃO

Cineastas protestam contra Bolsonaro em Festival de Cannes: 'Fora, gângster genocida'

Com aplausos de 15 minutos, exibição de filme em Cannes é marcada por críticas políticas contra Bolsonaro

Uma faixa com a frase "Brasil: 530.000 mortos. Fora, gângster genocida" foi estendida, nesta sexta-feira (9/7), no palco do Festival de Cannes, um dos principais festivais de cinema do mundo. O ato ocorreu logo após a exibição do longa-metragem ‘Marinheiro das montanhas’, do cineasta cearense Karim Aïnouz.

A manifestação contrária à condução da pandemia pelo presidente Jair Bolsonaro foi organizada pelas equipes de quatro produções brasileiras exibidas no evento. Além do novo filme de Aïnouz, também representam o país os curtas-metragens "Sideral", "Céu de agosto" e "Cantareira”.

Ainda durante o discurso de apresentação, o cineasta que ganhou um dos principais prêmios da competição em 2019, com "A Vida Invisível", criticou o governo e afirmou que “a democracia brasileira está em condição crítica, vivendo com a ajuda de aparelhos.”

A plateia reagiu ao protesto batendo palmas. De acordo com pessoas presentes na cerimônia, a aclamação a atitude dos profissionais teria durado aproximadamente 15 minutos.

"Gângster"

O termo "gângster" escrito na faixa é em referência a uma fala do cineasta Spike Lee. Nesta terça-feira (6/7), durante a tradicional coletiva de imprensa que antecede a abertura do festival francês, o presidente de Júri também fez críticas políticas a Jair Bolsonaro.

“Este mundo é governado por gângsters. O Agente Laranja [Donald Trump], o Cara do Brasil [Jair Bolsonaro] e o [Vladimir] Putin [...] Eles são gângsters e farão o que quiserem. Eles não têm moral nem escrúpulos. E temos que falar abertamente contra gângsteres como esse”, declarou.

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