CRIMES CONTRA MULHERES

PM recebeu quase 700 mil denúncias de violência doméstica em 2020

Conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança, 694.131 mulheres recorreram ao telefone 190 para pedir ajuda no ano passado, 16% a mais do que em 2019

O 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta semana pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostrou que, em 2020, o país registrou crescimento na quantidade de denúncias de violência doméstica feitas à Polícia Militar pelo telefone 190.

De acordo com a pesquisa, a corporação atendeu 694.131 ligações de mulheres violentadas, 16,3% a mais do que no anterior, quando a PM contabilizou 596.721 chamadas. Os números revelam que a Polícia Militar recebeu pelo menos um chamado de violência doméstica por minuto ao longo de 2020.

Outro dado que cresceu, segundo o anuário, foi o de medidas protetivas concedidas pela Justiça a mulheres vítimas de violência. Segundo o levantamento, no ano passado 294.440 mulheres foram contempladas com o direito. Na comparação com 2019, quando o Poder Judiciário atendeu a 281.941 vítimas, esse número avançou 3,6%.

A pesquisa ainda constatou uma leve alta nos casos de feminicídio, que passaram de 1.330 em 2019 para 1.350 no ano passado. Desde que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública passou a contabilizar estatísticas referentes ao crime, em 2016, este foi o maior número de feminicídios registrados em um único ano no Brasil.

Em 81,5% dos casos, o responsável pelo crime foi o companheiro ou ex-companheiro da vítima. Se considerado os demais vínculos de parentesco, 9 em cada 10 mulheres assassinadas em razão do gênero em 2020 morreram pela ação do parceiro íntimo ou de algum parente.

Crimes sexuais

O anuário indicou diminuição nos registros de violência sexual contra mulheres. Em 2020, foram contabilizados 53.453 estupros, 13,5% a menos do que há dois anos, quando 61.347 mulheres foram violentadas sexualmente.

Ainda assim, a estatística preocupa, pois manteve o patamar de mais de 50 mil ocorrências de estupro contra pessoas do sexo feminino que vem sendo contabilizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública desde 2017.

Segundo a instituição, a redução dos registros não necessariamente significa a redução da  incidência, visto que crimes sexuais apresentam altos índices de subnotificação. O Fórum também destaca que a falta de pesquisas periódicas de vitimização tornam ainda mais difícil a mensuração da quantidade de estupros contra mulheres. 

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