Crime

Mulher acusada de racismo contra menina de 2 anos: "Se tá nas redes, falo o que quiser"

Mãe procurou a polícia depois de receber mensagem da mulher chamando a bebê e a filha mais velha, de nove anos, de "feias, melequentas e com cabelo duro"

Correio Braziliense
postado em 10/08/2021 16:22
Boletim de ocorrência foi registrado na última quinta-feira (5) -  (crédito: Reprodução/Instagram)
Boletim de ocorrência foi registrado na última quinta-feira (5) - (crédito: Reprodução/Instagram)

Um novo caso de racismo é investigado em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. A psicóloga Roberta Massot postou, no Instagram, um vídeo da filha mais nova, de apenas dois anos de idade, em que a menina dizia querer ir à escola. O que ela não esperava é que a pequena seria ofendida por uma das seguidoras de seu perfil na rede social, que começou a fazer comentários racistas contra a filha caçula da psicóloga.

“Ela tem uma raiz de cabelo um pouco dura, né?”, diz a primeira mensagem que a mãe recebeu. Nesse momento, Roberta tentou argumentar. “Não, ela tem a raiz crespa. Por quê?”, explicou, insistindo depois em explicitar que não existe cabelo duro. “Não entendi o porquê da sua pergunta e muito menos a maneira ofensiva a qual se referiu ao cabelo da minha filha”, colocou.

Entretanto, a seguidora insistiu e aumentou o grau de ofensas contra a mãe e suas duas filhas. “Flor, você expõe sua filha, então as pessoas dão a opinião que quiserem. Se não quer exposição não coloque vídeo, fotos etc. Se está nas redes sociais, eu falo o que eu quiser. Em vez de ficar aqui querendo ou achando alguma coisa, leve suas filhas ao salão e aproveita e tira as melecas delas”, prosseguiu.

Depois disso, a mãe desabafou em outra postagem no Instagram. “Resolvi expor, para que todos vejam e saibam da importância de falar sobre o RACISMO. Esta mulher não só atacou a mim, mas as minhas filhas de 9 e 2 anos”, escreveu. Chama a atenção o fato da mulher, que teceu os comentários preconceituosos, identificar-se como pedagoga nas redes sociais. 

A conversa ocorreu entre os dias 2 e 3 de agosto. Na última quinta-feira (5/8), Roberta recebeu orientação de uma advogada e registrou boletim de ocorrência. O caso será investigado como injúria racial pela 72ª Delegacia de Polícia de São Gonçalo. A advogada da família ainda deve entrar com uma ação civil contra a mulher que fez os ataques. Leia o desabafo completo abaixo.



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